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segunda-feira, 11 de maio de 2020

Zeitgeist

Edmunda: Shhhhhhhhhhhhh...

Raimunda: O que foi?

Edmunda: Silêncio! Estou tentando ouvir o Zeitgeist {tsart.garst}.

Raimunda: Zé o que?

Edmunda: Zeitgeist {tsart.garst},  é um termo alemão, significa Espírito da Época.

Raimunda: Ahn!? Espírito da Terra? Você quer ouvir o Espírito da Terra?

Edmunda: Bem... estou tentando...

Raimunda: E como você pretende fazer isso?

Edmunda: Os sinais estão aí, é só observar e refletir.

Raimunda: Ah, sim! Claro!

Edmunda: Dois sinais que me intrigam, por exemplo, são o crescimento do movimento feminino e do movimento Slow Living.

Raimunda: O crescimento do movimento Feminino, ok. Mas Slow Living? What is it?

Edmunda: É uma tendência de busca pela desaceleração, por uma vida mais simples, porém com mais significado.

Raimunda: Bons sinais... mas porque você inventou de se preocupar com isso agora?

Edmunda: Teorias... especulações... muitos falam que o mundo vai ser diferente após a Pandemia, mas que mudança será essa?

Raimunda: Acho que estou entendendo... Não dá pra saber qual/quais mudanças ocorrerão, mas você acredita ou espera que tenham a ver com estes movimentos.

Edmunda: Acompanha só... a desaceleração é fácil, foi imposta e pode provocar reflexões. O mais fantástico é o reforço para o movimento Feminista.

Raimunda: Você diz isso por causa do destaque dos Países liderados por mulheres no combate à COVID-19?

Edmunda: Também... Você sabia que 70% das equipes de saúde são compostas por mulheres? E que o primeiro Coronavírus humano  foi descoberto por uma mulher escocesa que teve que parar de estudar aos 16 anos?

Raimunda: Imaginava que a maioria dos profissionais de saúde eram mulheres, só não tinha números. e como essa escocesa descobriu o Corona?

Edmunda: O nome dela é June Almeida, desenvolveu uma técnica de visualização de vírus com uso de anticorpos. Utilizando esta técnica conseguiu identificar o primeiro coronavírus humano. No início seu trabalho foi rejeitado, mas hoje é reconhecido e utilizado no combate à pandemia.

Raimunda: Falam em heróis, mas deveriam prestar mais atenção nas heroínas...

Edmunda: Não é de destaque que elas precisam. Na verdade, a humanidade precisa que elas e todos os humanos sejam respeitados, tratados com equidade e encarados como parceiros.

Raimunda: humm... está inspirada hein... e o Slow Living?

Edmunda: Ahh... é uma mistura de comportamento com filosofia. A busca por uma vida equilibrada, baseada em valores reais, plena, com responsabilidade social e ambiental.

Raimunda: E você acha que o isolamento pode contribuir?

Edmunda: Já existia um movimento nesse sentido, pessoas já estavam mudando das grandes cidades para o interior, buscando este estilo de vida. Por quê não potencializar agora?

Raimunda: Interessante... também quero ouvir o Zeitgeist... fiquei curiosa...

Shhhhhhhhhhhhhhh.....


segunda-feira, 30 de março de 2020

Odoya

E uma aura azul e branca tomou a atmosfera
Uma brisa suave indica novos ventos
Água, ar tudo parece mais puro
E o amor toma novas formas

Raimunda: PAN DE MIA... PAN DE MIA...

Edmunda: Quê isso?

Raimunda: É quando uma doença se espalha pelo mundo, deixando todos os países em alerta.

Edmunda: Bom, não era bem isso que queria saber. Estou curiosa com essa sua cara de espanto, essa perplexidade...

Raimunda: E não é para assustar? O mundo em quarentena, as pessoas em casa com medo de um vírus, centenas morrendo todos os dias!? O que há pouco tempo era só teoria, coisa de livros de história e ciências, se tornou real, concreto. O terror que aparentava estar restrito a épocas onde não havia o conceito de sanitarismo, se manifesta hoje numa época tecnológica que o acelera ao invés de reprimir.

Edmunda: Catastrófico! Mas não pode ser o fim do mundo, deve ter algo positivo nisso aí...

Raimunda: Positividade sempre tem. Ela é necessária.... precisamos manter a sanidade mental da pessoas...

Edmunda: Só por isso?

Raimunda: Não, não é só por isso, é real. As pessoas tiveram que desacelerar, para cuidar de si e das pessoas que ama. Isso gera um reflexão natural sobre os padrões de comportamento atuais, se não precisam ser revistos. Além disso tem a natureza... quando o homem diminui seu ritmo, ela finalmente pode respirar e se recuperar.

Edmunda: hummm... quer dizer que essa tal pandemia tem efeitos no homem ena natureza, no planeta...

Raimunda: Isso! Tem quem acredite que esta seja uma oportunidade para a Humanidade se regenerar e salvar o planeta. Existem várias crenças sobre as intenções divinas com esse vírus. fato é que a religiosidade também foi aflorada.

Edmunda: Não seria o pânico com a pandemia, além do instinto de sobrevivência, um certo medo da mudança?

Raimunda: É... pode ser. Já foram muitas mudanças bruscas e com certeza vem muito mais por aí... 

Edmunda: E adianta entrar em pânico?

Raimunda: Resiliência é a capacidade de enfrentar uma adversidade de forma positiva, a utilizando como aprendizado. O momento exige resiliência... é hora de transformar teoria em prática.

Edmunda: Então, bora nos juntar às pessoas que cantam nas varandas!?

Odoya que as águas nos purifiquem
Odoya que os caminhos se abram
Odoya que venha um tempo de luz

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Então já é Natal...

Blim-Blém!
Blim-Blom!

Edmunda: Que som é esse?

Raimunda: São sinos! Como o tempo passa rápido! Já é Natal!

Edmunda: É o tempo que passa rápido ou as pessoas que não mais desfrutam o passar do tempo?

Raimunda: Hummm... Momento filosófico!

Edmunda: Por que não!? Quer época melhor pra isso?

Raimunda: O.o

Edmunda: Observe bem as pessoas... elas correm para preparar a ceia, comprar os presentes, cumprir todo o ritual que a data exige.

Raimunda: Sim. E daí?

Edmunda: No meio de toda essa confusão a maioria não para pra ouvir os que estão à sua volta, as pessoas se reúnem para celebrar a paz, a harmonia, o espírito fraterno, que nem sempre existe... que em alguns casos é só teatro. E ainda há aqueles que se estressam com a sobrecarga de afazeres. A festa acaba perdendo seu sentido.

Raimunda: Você não acha que está sendo muito ranzinza, não?

Edmunda: Talvez... mas não estou mentindo.

Raimunda: Tudo bem que o Natal é uma daquelas datas em que se é feliz por obrigação, por costume. Mas que mal há nisso?

Edmunda: Nenhum, mas essa data também deveria ser uma data de reflexão, de crescimento, de propósitos firmes de mudança.

Raimunda: Ah, minha cara! Nós seres humanos vivemos nos enganando... empurramos a vida com a barriga por medo de nos arriscar na busca pela tão almejada felicidade e perdermos os pequenos feixes de alegria que já conquistamos. Nessa "brincadeira" vamos nos acostumando, nos acomodando..

Edmunda: Pois bem! Então que o próximo ano seja de inquietação, incômodo, desconstrução... Que seja um ano repleto de Vida e Felicidade!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Raimunda e os bichos

Se relacionar
Relacionar-se
Via de mão dupla
Ao mesmo tempo que se dá, recebe

Raimunda: Estranho como um bichinho pode despertar tanta coisa...

Edmunda: É um dos relacionamentos mais puros, mais espontâneos.

Raimunda: Verdade!

Edmunda: Por isso são ótimos mestres para o autoconhecimento.

Raimunda: Ahn!? Pra me relacionar eu não preciso me conhecer primeiro?

Edmunda: Sim, mas sem o outro para testar sua tolerância, sua paciência, sua empatia... como você vai se conhecer?

Raimunda: Entendi... compreender a levadeza de um cãozinho é mais fácil do que a infidelidade de alguém que se ama.

Edmunda: O.o Acho que você exagerou... Dramática, como sempre! Mas a ideia é essa!

Raimunda: Há quem diga que quanto mais conhece os homens mais gosta dos animais. Mas a predisposição para se relacionar vem de dentro, tanto o homem quanto o bicho podem e vão ter comportamentos desagradáveis, temos que aprender a lidar com eles.

Edmunda: Elementar minha cara.... rsrsrsrsrs.... resta a cada um examinar na sua balança de relacionamentos o que pesa mais: as atitudes positivas ou as negativas.

Cuidar e ser cuidado
Dar carinho e ser amado
Se preocupar e ser reconfortado
Enlouquecer e ser apoiado
(...)

; )

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Eu no mundo

Você não é o centro do universo
Mas é (ou deveria ser) o centro da sua vida
O mundo não gira em sua função
Não existe um complô do universo contra, nem a seu favor
Se você tem sonhos, ótimo!
Se quer realizá-los: trate de se mexer!

Raimunda: Edmundaaaaaaa... cadê você, lindinha!?

Edmunda: hummm!? ... Que foi? Esse lindinha me deu medo. O que você está tramando?

Raimunda: Tramando? Nada. Executando... tudo!

Edmunda: Isso foi para me tranquilizar ou pra aumentar meu medo mesmo???

Raimunda: Nenhum dos dois. E a propósito, eu exclui a palavra MEDO do meu dicionário.

Edmunda: Ihhhh! Agora eu tô assustada de verdade... o que está acontecendo?

Raimunda: Ah! Cansei de me anular, de postegar meus sonhos... resolvi que está passando da hora de me dedicar a mim, satisfazer meus desejos.

Edmunda: Ufa!!!! Só isso?

Raimunda: Parece simples, mas não é... exige coragem!

Edmunda: Eu sei. Estou feliz por você! Acho até que essa resolução merece uma festa...

Raimunda: Eba! Que venha a festa...

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Liberdade

Quão vil é a espécie humana
Nem uma essência mereceu
Porém seu infortúnio é também sua vitória
Como fruto dessa falta, a liberdade ela recebeu

Raimunda: Existe, por acaso, algum ser vivo de comportamento mais variado do que o homem?

Edmunda: Se existe, ainda não me apresentaram...

Raimunda: Pois é, essa tal racionalidade que nós arrumaram permite que cada pessoa interprete e reaja ao mundo de uma forma própria.

Edmunda: Desconsiderando, claro, os moldes sociais que fazem com que muitos se comportem da mesma forma.

Raimunda: Mesmo nesses moldes existem alguns que moldam esses padrões à sua personalidade, ao seu jeito...

Edmunda: Os moldes são necessários para preservação da espécie, se as pessoas agissem com total liberdade, dificilmente a humanidade ainda existiria.

Raimunda: Ou não... ao perceber que fazendo mal ao outro acaba se prejudicando, o homem, pode escolher mudar seu comportamento e buscar novos caminhos para satisfazer suas vontades e necessidades. A liberdade é o grande legado do homem.

Edmunda: Hummm... interessante... mas se é assim... por que as pessoas insistem em se prender a moldes, a dogmas?

Raimunda: ... Medo....

Edmunda: Medo???

Raimunda: É... a liberdade exige responsabilidade. E as pessoas tem medo de se responsabilizar pelas próprias escolhas. É mais fácil culpar alguém ou algo pelo que deu errado.

Edmunda: Verdade...

Raimunda: Mas no fim o único responsável pelo que deu certo ou errado e, principalmente, pela pessoa que se tornou é a própria pessoa.

As pessoas se moldam no dia-a-dia,
Pelas escolhas que fazem,
Por tudo que experimentam,
Pela forma que decidem encarar a vida...
A verdade é que o homem é um corpo solto na natureza, em busca do sentido da vida
Mal sabe ele, que o sentido da sua existência está em suas próprias mãos...


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Metamorfose

Tudo parece igual...
Na verdade nada à minha volta mudou
Fui eu quem mudei
Não vejo mais as coisas como antes
Nem me comporto da mesma forma
Mas será que alguém vai notar que eu não sou, nem voltarei a ser a mesma?

Raimunda: Edmundaaaaaaaaaaaaaa... vem cá! Aparece criatura!

Edmunda: Criatura? Que pressa! Que aflição é essa!?

Raimunda: Ah! No meio de toda essa loucura... eu não sei se vou construir algo grandioso para humanidade, mas tenho percebido que estou mudando...

Edmunda: E precisava fazer esse escarcéu todo pra me falar isso?

Raimunda: Mas... não são mudancinhas pequenininhas... são mudanças profundas... praticamente uma metamorfose...

Edmunda: Eu sei, sua bobinha... já te alertei sobre algumas dessas mudanças.

Raimunda: Verdade... tô ficando chata né...

Edmunda: É... mais ou menos... você está amadurecendo, se a larva precisa de um casulo para fazer (ou sofrer) sua metamorfose, porque você não poderia adotar uma casca também...

Raimunda: Hummm... agora quem está profunda é você...

Edmunda: Eu também gasto conhecimento, afinal a voz da sabedoria aqui sou eu...

Raimunda: Certo... oh grande sábia... eu me recolho à minha insignificância...

Edmunda: Palhaça!

Raimunda: O riso faz parte... ajuda a soltar as asas...

Edmunda: O riso é bom sim. Ruim é a sua ansiedade, que pode te fazer alçar voo com asas frágeis.

Raimunda: Então continuemos a metamorfose...

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Flexibilidade e Relatividade

Por que ser rígido se tudo é relativo...
Por que exigir posicionamentos extremos se a vida é feita de infinitas possibilidades...

Raimunda: Que interessante! A força do bambu está na sua flexibilidade.

Edmunda: Flexibilidade e força aliadas? elas não são opostas?

Raimunda: Não. Olha só... a flexibilidade do bambu novo impede que a ação do vento o quebre, como ocorre com o bambu velho que é rígido.

Edmunda: humm...

Raimunda: Flexibilidade, nesse caso, é uma questão de sobrevivência.

Edmunda: Só nesse caso?

Raimunda: Bom... se considerarmos a teoria da relatividade de Einstein, que diz que espaço, tempo, massa e gravidade estão intimamente ligados... E a relatividade de Galileu, que diz que o estado de movimento ou repouso de um objeto depende do referencial... Praticamente tudo na natureza é relativo.

Edmunda: Ah tá! E você veio com essa lenga lenga toda pra falar de física?

Raimunda: Por que não? O Mestre Construtor do Mundo também precisa das Ciências Exatas... kkkkkkk....

Edmunda: Verdade! ...kkkkkkkkkkk...

Raimunda: Na vida, como na ciência e na natureza, a flexibilidade pode garantir a sobrevivência e até o progresso.

Edmunda: Agora sim... parou de enrolar e entregou o ouro...

Raimunda: Bobinha... A ideia é essa mesmo... Flexibilidade para permitir a interação entre os mais diferentes pontos de vista e a partir deles encontrar caminhos novos ou não, porém mais conscientes.

Edmunda: Eterna busca pela sabedoria...

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Egoísmo e Amor Próprio

Existe uma linha tênue entre egoísmo e amor próprio.
Assim como entre a sanidade e a loucura, a sinceridade e a falta de educação, coincidência e destino...
Se equilibrar entre as convenções sociais e as próprias necessidades é tão complicado... gera tanta dúvida...

Raimunda: Como ser independente e manter as relações sociais?

Edmunda: Hã????

Raimunda: A maioria das pessoas busca a independência, mas também quer ser socialmente aceito. E por isso, de certa forma se mantém emocionalmente dependente. A independência completa é impossível?

Edmunda: O homem é um ser social e mesmo que não fosse dependeria do ambiente onde vive para sobreviver. É... a independência completa é impossível.

Raimunda: Tá... menos... quando as pessoas se preocupam de mais com o que as outras vão pensar de suas atitudes ou se dedicam a cuidar das pessoas com as quais convivem, podem acabar se prejudicando. Qual é o limite entre o egoísmo e o amor próprio?

Edmunda: Pergunta interessante...

Raimunda: Respeitar os próprios desejos e necessidades, apesar do que eles podem representar para os outros não é egoísmo, é amor próprio.

Edmunda: E o que é egoísmo?

Raimunda: Acho que egoísmo é querer impor a própria vontade ao outro... sem considerar o que ele sente ou se existiria um outro caminho... é passar por cima das pessoas para conquistar o que se deseja.

Edmunda: Boa definição... e o que você pretende agora?

Raimunda: Tá na hora de exercitar o amor próprio sem egoísmo e sem culpa.

Edmunda: Boa Sorte!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Possibilidades

Estamos sujeitos a uma variedade infinita de possibilidades.
O resultado de nossas ações depende não só dos nossos atos (conscientes e inconscientes), mas também da reação ou mesmo ação isolada de outros, que nem sempre conhecemos...

Edmunda: Muito bem! O Mestre Construtor do Universo precisa de liberdade para criar e pode se dar ao luxo de ser volúvel. Mas por acaso ele também não deve ser precavido?

Raimunda: ... Boa... precaução também é importante...

Edmunda: Egoísmo e mudanças de ideia podem ser perdoáveis, mas isso não significa que serão perdoados.

Raimunda: Verdade...

Edmunda: Além disso, se o Mestre Construtor do Universo pretende mudar o mundo ou simplesmente construir algo novo e útil, deve estar preparado para imprevistos. Sejam eles positivos ou negativos.

Raimunda: Mas também não dá pra adivinhar tudo né...

Edmunda: Claro que não! Tentar algo assim seria paranoico. Mas ter consciência de que para toda ação há uma reação e que esta pode ser favorável ou não ao seus objetivos já é um grande passo.

Raimunda: Em função dessa consciência agir com prudência e prevenção... parece fácil... deveria ser até intuitivo... mas exige um exercício contínuo da mente...

Edmunda: Da mente e do espírito. A ideia aqui não é ser calculista, mas sábio o suficiente para construir a própria felicidade de forma concreta e lúcida para que seja minimamente abalada por fatores externos.

Raimunda: Agora sim, complicou. A felicidade é inconstante e os fatores que a abalam são infinitos...

Edmunda: Por isso, mente e espírito devem se unir e se fortalecer.

Raimunda: Tá certo... a mudança começa de dentro.

sábado, 9 de agosto de 2014

Nuvens e Concreto



     Ah! Como eu gosto das nuvens!
     Nelas minha alma dança...
     Experimento o êxtase da liberdade...


                                                                        Mas preciso do concreto.
                                                                        Nele me sustento.
                                                                        Com ele minha razão se fixa.


     Por isso vou vivendo entre nuvens e concreto
     Entre asas e amarras
     Confrontando sonho e realidade.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Volúvel

É muito fácil julgar o outro enquanto, sorrateiramente, se esconde as próprias fraquezas.
Que mal há em ser volúvel?
Por que não se permitir o egoísmo?

Raimunda: Uma das características necessárias ao Mestre Construtor do Universo é a liberdade...

Edmunda: Sim! E daí?

Raimunda: Tenho a impressão que esta seja a característica mais difícil para desenvolver...

Edmunda: Por que?

Raimunda: Deus nos deu o livre arbítrio, mas temos medo da liberdade. Fugimos dela através de convenções sociais, estamos o tempo todo criando falsas amarras. Criamos moldes que nos prendem e também servem para que julguemos os outros.

Edmunda: Hummm... Inspirada...

Raimunda: Não fomos feitos para sermos heróis, exemplos de comportamento incontestável e presença imprescindível. Ninguém é assim! E por isso, os certinhos, perfeitinhos, muitas vezes são vistos com apreensão.

Edmunda: Ser admirado causa orgulho, alimenta a vaidade. É um meio para alcançar a felicidade...

Raimunda: Essa vaidade pode no fim ser um sinal de fraqueza... Um motivo para desmoralizar o aspirante a herói. Assim, a felicidade baseada na visão do outro se mostra fraca e é facilmente desfeita.

Edmunda: Além de ser alcançada por um processo doloroso...

Raimunda: O problema, na verdade, é que o certo e o errado não são tão rígidos como muitas vezes a sociedade quer que pareçam.

Edmunda: Pra variar temos que encontrar o equilíbrio entre o socialmente aceitável e as nossas vontades....

Raimunda: Não! A vontade é regida pelos sentimentos, alguns nos cegam outros não. A liberdade com sabedoria ocorre quando o homem se permite prazeres sem se preocupar com julgamentos alheios, mas consciente que seus atos não terão consequências graves.

Edmunda: O egoísmo, então, é perdoável!?

Raimunda: Mudanças de ideia também...

Só se vivi uma vez!
Deixar que circunstâncias e convenções sociais determinem seu caminho pode ser um desperdício de vida.
É preciso que se tenha tempo para desfrutar as alegrias e prazeres da vida, sem dó, sem remorsos.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Raimunda e Rubem Alves

E não é que em meio a esses significados de números, Raimunda começou a pensar em lições que aprendeu na infância...
Se lembrou dos livros de Rubem Alves e da sabedoria que transmitiam...

Raimunda: Os significados daqueles números remetiam a sabedoria, espiritualidade, liberdade... mas também tinham relação com ambição e poder...

Edmunda: Sim e daí!?

Raimunda: Me fez lembrar da relação do escorpião com a rã e das lagartixas com os dinossauros...

Edmunda: Looooooouuuuuuca, louquinha... Agora você pirou de vez, vou ter que arrumar uma camisa de força...

Raimunda: Você é quem se precipita. Estou falando de dois livros do Rubem Alves, se você tiver paciência para me ouvir vai entender...

Edmunda: Ok! se explique...

Raimunda: No "Escorpião e a Rã", o escorpião se deixa levar pelo orgulho e ataca a rã mesmo sabendo que essa atitude o mataria. Talvez  tenha faltado ao escorpião a espiritualidade necessária para vencer o orgulho e reconhecer que a vida é mais importante do que a vaidade e o poder. E que poder é esse? Que se garante pelo medo e nem serve para salvar a própria vida?

Edmunda: Entendo... a ambição, o orgulho e o poder são importantes motivadores mas, como tudo  na vida, necessitam de limite. A sabedoria e a espiritualidade, então, entrariam como balanceadores.

Raimunda: Isso! No significado dos números há menções sobre ligações entre opostos. O escorpião sentiu gratidão pela rã, mas também teve raiva, porque o gesto dela fez com que ele abaixasse a guarda, era como se ela o tivesse vencido.

Edmunda: E onde entram as lagartixas e os dinossauros? Fiquei curiosa...

Raimunda: Nesse livro as lagartixas brancas se deixam levar pela promessa de uma vida melhor ao ficarem grandes e coloridas, para isso comem o fruto da árvore proibida. Elas queriam ser as rainhas das lagartixas, mas cresceram demais, se tornaram dinossauros e com o passar do tempo foi ficando cada dia mais difícil encontrar comida. O corpo grande dos dinossauros ao mesmo tempo que exigia um volume maior de alimentos também destruía a floresta à medida que caminhavam. As florestas acabaram e os dinossauros morreram de fome. As outras lagartixas sobreviveram porque necessitavam de muito pouco para viver.

Edmunda: A vaidade e a ambição das lagartixas brancas provocaram seu fim... Mas essa história também remete à preservação da natureza...

Raimunda: O Mestre Construtor do Mundo tem que ter consciência que depende da natureza e que os recursos naturais não são infinitos. A humildade também é uma lição importante, que está presente nas duas histórias.

Edmunda: É... até que você não está muito louca não...

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Igualdade e Liberdade

Somos todos iguais, o que nos diferencia são as nossas escolhas.
Fatores externos podem intervir na nossa forma de agir e ver o mundo, mas no fundo o que determina para onde vamos, quem seremos na vida, são as nossas convicções.

Raimunda: Toc-toc...

Edmunda: Quem é?

Raimunda: Uma criatura cheia de dúvidas...

Edmunda: O que te aflige?

Raimunda: A princípio todas as pessoas são iguais, mas existem pessoas que surpreendem e por isso se destacam. Até que ponto nossa liberdade de escolha interfere no papel que vamos desempenhar no mundo e até que ponto esse papel é ditado pela nossa natureza?

Edmunda: Que medo!? Quanta profundidade!

Raimunda; É sério! Quer um exemplo?

Edmunda: Estou te levando a sério! Continue...

Raimunda: Beethoven é um dos grandes gênios da música, porém sofreu uma surdez progressiva. Surpreendentemente, suas principais obras foram compostas quando sua surdez já estava bem avançada. Ele poderia ter se deprimido com a doença e abandonado a música. Se isso acontecesse, poderíamos ignorar sua história hoje...

Edmunda: Verdade! Essa foi uma escolha importante...

Raimunda: Voltando para as pessoas normais... rsrsrsrsrs... existem pessoas que apresentam grandes talentos na infância e os abandonam ao longo da vida. Também existem deficientes que apesar de tudo e de todos correm atrás de seus sonhos  e vivem melhor do que muita gente que seria considerada "normal".

Edmunda: Nesses casos a facilidade pode ser um limitador e a dificuldade, um grande incentivador..

Raimunda: Por isso, eu acredito que qualquer um pode fazer qualquer coisa. O que nos poda ou nos dá asas são as nossas convicções e a nossa força de vontade.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Perfeição

Ah! Quantas inquietações povoam a alma humana...
Será mesmo que a felicidade é o fim? Ou seria ela o meio?
E a perfeição? Seria uma meta divina a ser atingida ou um conceito humano, mutável ao longo de gerações?

Raimunda: É muito estranho... na busca pela felicidade, há também uma busca pela perfeição, por cenários ideais...

Edmunda: E o que tem de estranho nisso?

Raimunda: Me parece que a felicidade é incompatível com a perfeição. A felicidade é leve e a perfeição é densa, pesada.

Edmunda: Interessante... mas esse peso seria da perfeição ou do seu processo de busca?

Raimunda: ???

Edmunda: A busca pela perfeição pode se tornar obsessiva e por isso ser um fardo. Mas a perfeição não pode ser pesada, isso a descaracterizaria, não?

Raimunda: É... certo... mas o perfeito é inatingível, exige atenção aos detalhes e aperfeiçoamentos constantes.

Edmunda: E desde quando isso é ruim? Você não acha que se fosse diferente a vida seria enfadonha e perderia o sentido?

Raimunda: Ás vezes quando está tudo bem, quando se cai na rotina, também bate um tédio, uma necessidade de mudança...

Edmunda: E o que é mesmo a perfeição? Um conjunto de padrões que a sociedade considera ideais? Por que esses padrões deveriam funcionar pra todos?

Raimunda: Na verdade esses padrões são ações e comportamentos que deveriam nos levar à felicidade, mas eu acredito que cada pessoa experimenta a felicidade de forma própria.

Edmunda: Se você pensar nos padrões de beleza também vai perceber que a beleza é relativa. Não é porque uma pessoa reúne características que são consideradas padrões de beleza, que necessariamente ela é bonita...

Raimunda: Não é atoa que existe a “Beleza Exótica”... Será que tudo é relativo? Até a perfeição?

O jeito é buscar os próprios padrões, ou a falta deles...
Encontrar um meio de produzir a própria fórmula da felicidade...

segunda-feira, 9 de junho de 2014

FACHADAS

Ah! As relações humanas...
Superficiais ou profundas, são tão complexas!

Raimunda: Nessa história de cooperação. como é que ficam "Os Caras Valentes" e "As Santinhas"?

Edmunda: E quando foi que eles entraram? Perdi essa parte...

Raimunda: Concentra aqui comigo: O Cara Valente é aquele que se faz de durão, que está sempre na defensiva...

Edmunda: Hummm... adoooooooooooro!

Raimunda: É pra concentrar esqueceu?

Edmunda: Foi mal... continua...

Raimunda: A Santinha é a boazinha, certinha, bem comportadinha, pelo menos para maioria do público.

Edmunda: Público!?

Raimunda: Calma! Você já vai entender... os dois personagens são assumidos para proteção, mas principalmente pelos benefícios que geram a seus interpretes.

Edmunda: Que tipo de benefícios?

Raimunda: A cooperação pode ser conquistada tanto pelo afeto quanto pelo medo, pode ser voluntária ou involuntária, consciente ou inconsciente...

Edmunda: Entendi! Mas onde você quer chegar?

Raimunda: Elementar, minha cara! Esses dois personagens são extremos, mantê-los pode custar muito...

Edmunda: E...

Raimunda: A minha dúvida é se essa armadura inibe ou aflora a criatividade dos seus usuários.

Edmunda: Agora eu não entendi nada...

Raimunda: Como eu já disse, manter esses personagens pode custar caro... Então, para escapar deste fardo as pessoas teriam que usar sua criatividade...

Edmunda: Tá... e aí...

Raimunda: Acontece que esses não são os únicos personagens que adotamos. Todos os dias temos que seguir uma série de regras de comportamento, que nos privam de inúmeros prazeres. Essas sim, nos podam, acabam com nossa espontaneidade e podem acabar com a nossa criatividade.

Edmunda: E você queria o que? Anarquia?

Raimunda: Eu entendo que essas regras são necessárias para manter o mínimo de ordem, o que me incomoda é a rigidez...

Edmunda: Mas a rigidez depende das pessoas envolvidas...

Raimunda: Claro! E é aí que entra a cooperação de novo, para se ter sucesso na vida é preciso ter boas relações. Para isso é necessário deixar boas impressões, saber manipular bem os personagens...

Edmunda: É... parece que a vida é uma grande encenação improvisada, onde vão se assumindo personagens de acordo com os cenários que surgem. Com o sucesso ou insucesso deles, vai se levando a vida...

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Bailando

E o universo paralelo de Raimunda volta a tremer... mas dessa vez quem se assusta é Edmunda.
Quanto barulho!
Quanto movimento!
Quanta bagunça!
São tambores, violões, flautas, vozes, palmas, maracas, pandeiros, sapateados, sons eletrônicos... uma explosão de sons, cores e sentimentos...
Então, Edmunda avista uma Raimunda eufórica, envolta em vultos coloridos e vibrantes.

Edmunda: O que é isso???

Raimunda: Uma festa, não vê?

Edmunda: Vejo, mas não entendo...

Raimunda: Você não queria que eu recuperasse a leveza? Nada melhor do que uma festa para exorcizar os demônios, libertar a alma.

Edmunda: Pode ser...

Raimunda: Ven a bailar una Rueda de Casino!

Edmunda: Ih! Pirou de vez...

Raimunda: En esta salsa Cubana parejas interactúan en una rueda. Es muy divertido!

Edmunda: Parece uma Quadrilha, com alguma sofisticação, mas uma quadrilha.

Raimunda: Se preferir podemos dançar um Cavalo Marinho...

Edmunda: Você quer dançar ou brincar de ciranda?

Raimunda: A roda é o primeiro passo para libertar a alma. A medida que a gente gira o corpo fica leve e a mente se esvazia...

Edmunda: Então tá né...

Raimunda: O efeito é melhor pulando e gritando com um bom Rock ou entrando em transe com música eletrônica.

Edmunda:Radical...

Raimunda: Se joga menina! Sente a música, sente seu corpo, se solta... cai no samba!

Edmunda: Ok! Eu me rendo...

Raimunda: Ótimo! Fica descalça sente o pé no chão... solta as pernas, os quadris... ombros, braços... namora o próprio corpo. Como é bom se encontrar! Como é bom se sentir viva!

Edmunda: Interessante... você vê na dança um meio de encontro consigo mesma, não um meio de sedução...

Raimunda: Funciona para os dois. Vamos a bailar un tango?

Edmunda:Ahn!?

Raimunda: Sí! Jugar de seducir, dramatizar el encuentro... Reaccionar a las señales del otro y averiguar lo que sus acciones tienen sobre mí.

A vida é como essa festa, uma grande mistura de sensações e sentimentos, mas é preciso se sentir primeiro, reconhecer o ego, para depois interagir com os demais. E o processo de autoconhecimento continua nessa interação...

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Olhos e Dentes

E mais uma vez esse universo paralelo estremece... Raimunda volta a procurar Edmunda para entender a vida, para entender o mundo.

Raimunda: Socooooooooooooorro!!!! Edmunda, Socorro!!!


Edmunda: Hummm... Raimunda? Que foi?


Raimunda: É tanta coisa Edmunda...


Edmunda: Pelo sumiço... deve ter muita coisa mesmo.


Raimunda: Sumi mesmo né...


Edmunda: Sim, mas vamos aos fatos. Que foi menina? Tô curiosa!


Raimunda: É essa velocidade, esse ritmo frenético com que as informações são transmitidas e as pessoas reagem a elas.


Edmunda: Qual o problema? Isso é resultado do progresso.


Raimunda: O problema é justamente esse, não sei se estamos em progresso ou regresso...


Edmunda: Ixi! Lá vem bomba... explique-se!


Raimunda: Ninguém se aprofunda em nada. As pessoas aceitam ou rejeitam as coisas muito rápido, muito fácil, sem conhecer os assuntos direito.


Edmunda: É... consequência tanto da velocidade quanto do volume de informações.


Raimunda: Sim. Isso explica... mas onde fica a responsabilidade das pessoas com o que fazem com as informações?


Edmunda: E o que as pessoas fazem de tão grave com as informações???


Raimunda: Tudo! Disseminam informações incoerentes, iniciam movimentos e em alguns casos promovem atos de violência.


Edmunda: Tá certo...


Raimunda: A impressão que tenho é que as pessoas estão cada vez mais manipuláveis. A tecnologia que deveria servir para liberdade se tornou uma prisão camuflada.


Edmunda: O senso crítico é impopular, se posicionar de forma contrária à maioria pode te fazer perder fãs. E estamos na era da "popularidade democrática", o importante é colecionar curtidas.


Raimunda: Quando números são o objetivo, a qualidade pouco importa. Por essa ótica muita coisa se justifica. Mas é bom lembrar que historicamente a maioria erra muito.


Edmunda: E como erra! Mas também aprende com os erros, as transformações são lentas. É preciso ter paciência.


Raimunda: Os pés impuros, os absurdos, fazem parte do caminho? Tenho que aprender a esperar que as coisas mudem?


Edmunda: Esperar e agir. Plantar a semente da dúvida sempre ajuda no processo.


Raimunda: ...


O.o

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Raimunda e O Sentido da Vida

Raimunda estava tão imersa em seus pensamentos, tentando encontrar um sentido para suas ações, um significado concreto de sua existência, quem nem se importava mais de estar naquele lugar, tendo apenas Edmunda como companhia.
Edmunda: Toc Toc...
Raimunda: Que foi?
Edmunda: Nada. Você está muito tranqüila... estranhei.
Raimunda: É que no fim eu acho que essa loucura toda pode ser boa.
Edmunda: ????
Raimunda: Você já reparou como a vida também é uma coisa louca?
Edmunda: Eu to reparando que você está ficando louca, muito louquinha.
Raimunda: É sério! Primeiro existe apenas duas metades de um projeto de gente que precisam se encontrar, aí esse encontro acontece, e surge um projeto de gente que tem que sofrer várias transformações e para isso suga tudo o que pode de uma gente já formada. Então depois +/- 9 meses o projeto de gente nasce, ou é expulso do lugar quentinho e confortável onde estava e tem que encarar um mundo frio e estranho que exige adaptações (como você preferir).
Edmunda: Já começou a viagem...
Raimunda: Tá bom! Vamos pular a introdução.
Edmunda: rsrsrsrsrsrsrsrsrs
Raimunda: Durante a vida, mesmo que curta, se conhece pessoas, com algumas se faz amizade fácil, com outras demora um pouco mais e com algumas a amizade é praticamente impossível. A gente acerta, erra, tenta uma, duas, três vezes, às vezes desiste outras continua tentando até conseguir o que quer. Mas para quê tudo isso?
Edmunda: Isso é viver. Com tudo isso você aprende, se transforma.
Raimunda: Sim, mas para quê toda essa transformação? Que sentido tem isso?
Edmunda: A transformação faz parte da natureza, as rochas também se transformam, minúsculas partículas atômicas sofrem várias transformações. E você sabe muito bem disso, não sabe?
Raimunda: Tá certo. Olhando por esse lado a vida nos dá o privilégio de intervir no meio e de escolher, pelo menos às vezes, que mudanças queremos sofrer.