segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Raimunda e a salvação do mundo


Salvar o mundo? Que missão complicada! Quantos já tentaram? Será que o poder de transformação das pessoas é tão grande que Raimunda poderia salvar o mundo sozinha? Se for assim porque o os outros que tentaram não conseguiram?
Edmunda: E aí espertinha!? Como vamos salvar o mundo?
Raimunda: Boa pergunta. Tanta gente já tentou...
Edmunda: Pois é...
Raimunda: ...
Edmunda: E você vai buscar inspiração em algum desses heróis?
Raimunda: Bom! O Natal para os católicos é o aniversário de Jesus, que é Deus assumindo a forma humana para salvar a humanidade. Ele tentou mostrar para os homens que o amor é o caminho, mas muitos não entenderam a mensagem. Eu acredito que no fundo a mensagem principal de todas as religiões é que devemos aprender a amar. Num sentido amplo, um amor que se traduza em respeito por tudo o que o outro representa.
Edmunda: É uma boa inspiração. Mas você não tem nada mais carnal para se inspirar não? E se ele não conseguiu convencer a todos como você vai?
Raimunda: Inspirações carnais existem muitas. Mahatma Ghandi defendia a desobediência civil através do Satyagraha (forma não-violenta de protesto), acreditava que a força da alma ou amor é que mantinha a unidade das pessoas em paz e harmonia. Nelson Mandela lutou contra o apartheid inicialmente de forma pacífica, depois aderiu à luta armada, foi preso, mas conseguiu acabar com o regime e foi o primeiro presidente negro da África do Sul.
Edmunda: E você pretende iniciar uma revolução política?
Raimunda: Não. Existem também inspirações sociais, que deram grandes exemplos de sensibilidade, muitas vezes através de gestos simples. Charlie Chaplin era um grande artista e usou seus filmes para levar alegria às pessoas durante a guerra, mas também para fazê-las pensar sobre vida. John Lennon usou seu talento musical para expressar sua luta pela paz. O sociólogo Betinho, Herbert José de Sousa, viveu lutando pela cidadania e pela vida, era a favor das organizações não-governamentais, defendia a reforma agrária, fundou uma associação para lutar pelos direitos dos portadores de HIV, além de liderar o movimento pela  Ética na política e a Ação da cidadania contra a miséria e a favor da vida. A médica Zilda Arns, junto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criou a Pastoral da Criança e a Pastoral da Pessoa Idosa, organismos de ação social que através de voluntários multiplicam conhecimentos e melhoram a qualidade de vida das pessoas através de coisas simples com a multimistura.
Edmunda: Tá! E o que você vai fazer?
Raimunda: Não sei. Posso virar voluntária em alguma ONG, arrumar alguma forma de divulgar essas idéias... as possibilidades são infinitas.
Edmunda: Mas ficar só no pensamento não adianta.
Raimunda: Eu sei. Talvez, eu já esteja fazendo algo... de qualquer forma acho que já cheguei a uma conclusão importante.
Edmunda: Ah é!? Qual?
Raimunda: O importante não é querer salvar o mundo, mas querer fazer a diferença em pequenas coisas que fazem mal ao mundo. Se todas as pessoas assumirem uma postura positiva, o mundo será salvo.
Edmunda: O negócio é convencer todo mundo.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Raimunda e o Anônimo Incógnito


Agora as relações entre as pessoas é o que intriga  Raimunda. Será que as relações humanas são tão simples como parecem? Ou serão extremamente complexas? Para solucionar essa dúvida cruel só com uma ajudinha da Edmunda.
Raimunda: Edmundaaaaaaaaaaa....
Edmunda: Que foi?
Raimunda: Hora de trabalhar querida.
Edmunda: Querida né!? Tenho até medo... manda a bomba.
Raimunda: Não é nada de mais. Só queria saber se você se lembra do Anônimo Incógnito.
Edmunda: Aquele do “Livro sem Nome”?
Raimunda: Esse mesmo.
Edmunda: E daí?
Raimunda: Se eu não me engano, tem um capítulo do “Livro sem Nome” que fala de um emaranhado de fios que ligam as pessoas.
 Edmunda: É... eu lembro de algo assim também...
Raimunda: Então... estava pensando nisso, nas conexões que ligam as pessoas...
Edmunda: Alguma conclusão?
Raimunda: Se existem fios invisíveis que ligam as pessoas, abalos nesses fios podem interferir em duas ou mais pessoas. Certo?
Edmunda: Você está tentando dizer que as pessoas interferem umas nas outras?
Raimunda: Mais do que isso! Sofremos interferências e interferimos no comportamento das pessoas que nos rodeiam. Mas essa interferência pode envolver uma infinidade de pessoas que a gente nem imagina que existam.
Edmunda: ...
Raimunda: Sabe aquela história que o mundo é um espelho que devolve para cada pessoa o reflexo dos próprios pensamentos?
Edmunda: ...
Raimunda: Talvez isso seja assustadoramente real. Qual é na verdade o real poder de transformação do homem?
Edmunda: Quanta inspiração! Que medo!
Raimunda: O Anônimo Incógnito é um cavaleiro do zodíaco, ele quer salvar o mundo e encontrar uma menina de bom coração. Acho que ele está no caminho certo...
Edmunda: Ok! Então vamos salvar o mundo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Raimunda e O Sentido da Vida

Raimunda estava tão imersa em seus pensamentos, tentando encontrar um sentido para suas ações, um significado concreto de sua existência, quem nem se importava mais de estar naquele lugar, tendo apenas Edmunda como companhia.
Edmunda: Toc Toc...
Raimunda: Que foi?
Edmunda: Nada. Você está muito tranqüila... estranhei.
Raimunda: É que no fim eu acho que essa loucura toda pode ser boa.
Edmunda: ????
Raimunda: Você já reparou como a vida também é uma coisa louca?
Edmunda: Eu to reparando que você está ficando louca, muito louquinha.
Raimunda: É sério! Primeiro existe apenas duas metades de um projeto de gente que precisam se encontrar, aí esse encontro acontece, e surge um projeto de gente que tem que sofrer várias transformações e para isso suga tudo o que pode de uma gente já formada. Então depois +/- 9 meses o projeto de gente nasce, ou é expulso do lugar quentinho e confortável onde estava e tem que encarar um mundo frio e estranho que exige adaptações (como você preferir).
Edmunda: Já começou a viagem...
Raimunda: Tá bom! Vamos pular a introdução.
Edmunda: rsrsrsrsrsrsrsrsrs
Raimunda: Durante a vida, mesmo que curta, se conhece pessoas, com algumas se faz amizade fácil, com outras demora um pouco mais e com algumas a amizade é praticamente impossível. A gente acerta, erra, tenta uma, duas, três vezes, às vezes desiste outras continua tentando até conseguir o que quer. Mas para quê tudo isso?
Edmunda: Isso é viver. Com tudo isso você aprende, se transforma.
Raimunda: Sim, mas para quê toda essa transformação? Que sentido tem isso?
Edmunda: A transformação faz parte da natureza, as rochas também se transformam, minúsculas partículas atômicas sofrem várias transformações. E você sabe muito bem disso, não sabe?
Raimunda: Tá certo. Olhando por esse lado a vida nos dá o privilégio de intervir no meio e de escolher, pelo menos às vezes, que mudanças queremos sofrer.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Teimosia

Raimunda sabia que analisar e buscar soluções para os problemas dos outros é mais fácil. Olhar as situações de fora normalmente simplifica as coisas. Mas e os próprios problemas? Como lidar melhor com as próprias escolhas e suas conseqüências?
Raimunda: Ah Edmunda! Em relação àquele assunto minha consciência ta tranqüila. Tem outras coisas que me incomodam...
Edmunda: Sua consciência está tranqüila? Como sua consciência pode estar tranqüila se eu sou sua consciência!?
Raimunda: Você pode não ter entendido completamente minha atitude, mas no fundo você sabe que eu estava certa.
Edmunda: Se você diz...
Raimunda: ...
Edmunda: O que te incomoda? O que você julga mais importante no momento?
Raimunda: Minha insistência, minha teimosia.
Edmunda: Ainda bem que você admite que é teimosa...
Raimunda: Você já reparou que eu insisto nas coisas mesmo quando sinto que não estou no caminho certo!? Que fiz uma escolha errada!?
Edmunda: Sim. Mas não vejo mal nisso, no geral você não perde com a sua insistência, pelo contrário.
Raimunda: ?
Edmunda: Quando você insiste, o faz não porque o orgulho te impede de admitir que fez uma escolha errada, mas porque no fundo aquela escolha te traz algum prazer, te faz bem de alguma forma. Para mim isso indica que sua escolha não foi tão errada assim. Além disso, nem sempre você insiste, quando você sente que algo realmente te faz mal e não traz nenhum benefício você não tem dificuldade para desistir.
Raimunda: É... pode ser que você esteja certa...
Edmunda: E errar nem sempre é ruim. Através dos erros que os homens crescem, aprendem a viver. Mas cuidado! Às vezes é melhor aprender pela observação dos erros alheios do que vivenciá-los.
Raimunda: Tá certo!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Raimunda, Conselhos e O Amor

Mas por onde começar a se julgar? O ser humano é tão complexo! Tantas coisas interferem nas nossas atitudes! Nem sempre o certo e o errado são fáceis de diferenciar. Ou será que inconscientemente distorcemos as coisas para tranqüilizar nossa consciência?
Edmunda: Posso sugerir um tema pra começar seu alto julgamento?
Raimunda: Pode, mas não vai começar pegando pesado eihn!
Edmunda: Você já reparou que é metida a conselheira?
Raimunda: Ah! Eu dou meus pitacos, mas só quando me pedem e meus conselhos são do bem, eu só tento ajudar.
Edmunda: Se conselho fosse bom não se dava, vendia.
Raimunda: Por que isso agora?
Edmunda: Ah! Não to muito bem com você desde que você incentivou aquele seu amigo a trair a namorada. Logo você que é tão ciumenta, possessiva...
Raimunda: Ih! Nem foi bem assim, você está distorcendo a história.
Edmunda: Então se explique.
Raimunda: Uai, o menino estava na dúvida entre a namorada e um amor de infância. Sendo que ele nem teve a oportunidade de ficar a menina do passado porque tinha medo do pai dela. Eu só analisei com ele a situação e chegamos juntos à conclusão que se ele não testasse, nunca ia saber de quem ele realmente gostava.
Edmunda: Você não acha essa conclusão muito conveniente pra ele não?
Raimunda: Você não sabe como é torturante um e se?
Edmunda: Vocês se torturam com os e se porque no fundo não querem resistir à tentação.
Raimunda: No fim deu tudo certo, ele não traiu a namorada e ainda sentiu que a relação dos dois ficou mais fortalecida.
Edmunda: Já que você gosta tanto do E SE... Se não terminasse bem? Se ele traísse a namorada, ela descobrisse, eles terminassem e ele se arrependesse? Como você se sentiria?
Raimunda: Ele não traiu porque é amor verdadeiro, o medo de perder falou mais alto.
Edmunda: Mas e se fosse o seu namorado?
Raimunda: Tá bom! Eu não ia gostar, não ia parar pra ouvir, não ia tentar entender, não ia nem chegar perto dele pra evitar qualquer tentativa de explicação.
Edmunda: Exatamente!
Raimunda: Mas eu sou burra, se ele insistisse bastante, eu ia chorar um pouco, repensar bastante os fatos e depois poderia perdoar.
Edmunda: Mas não seria a mesma coisa.
Raimunda: Não seria, mas os dois amadureceriam com isso. E teriam a oportunidade de criar uma relação mais sólida, mais sincera.
Edmunda: Quer dizer que você não é mais ciumenta?
Raimunda: Não. Eu sou ciumenta. Mas eu reconheço que ninguém é de ninguém e que não devemos depositar expectativas nas pessoas. O que eu sinto diz respeito a mim, não posso cobrar nada de ninguém por isso.
Edmunda: Eu quero ver isso é na prática.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Raimunda e O Pequeno príncipe

De repente Raimunda se vê pensando na história do Pequeno Príncipe. Nas viagens do menino pelo espaço, nos personagens que ele conheceu, na relação do menino com sua rosa.
Edmunda: Buuuuuuuuuuuuuu....
Raimunda: Ai! Que susto!
Edmunda: Você está muito distraída. Eu quero participar também.
Raimunda: Você conhece a história do pequeno príncipe?
Edmunda: Dãhn! Se você conhece eu também conheço né...
Raimunda: Tá bom! Miss delicadeza... você lembra o que o rei que nomeou o principezinho como juiz disse pra ele?
Edmunda: Hummm... Não. O que ele disse?
Raimunda: Não tinha mais ninguém naquele planeta, então o rei disse ao príncipe que ele devia se julgar.
Edmunda: E daí?
Raimunda: E daí, que não foi só isso que ele disse. Ele disse também, que quando o príncipe conseguisse se julgar ele seria um sábio.
Edmunda: Certíssimo! Julgar a si é uma coisa muuuuuuuuuuuito difícil, poucos conseguem fazer essa tarefa bem.
Raimunda: Pois eu acho que está passando da hora de eu começar a fazer isso. Até agora eu evitei, mas não posso evitar mais.                                                                                                                                                                                              
Edmunda: Agora sim estamos no caminho certo.
risos

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Respeito

Depois dessa conversa, Raimunda ficou inquieta, mas preferiu não conversar com Edmunda durante um tempo. Ela se sentia sozinha, mas não queria discutir, também não entendia bem sua relação com a Edmunda, que dizia ser sua consciência e se opunha tanto a ela. Talvez isso fizesse mais sentido do que parecia, talvez fosse essa oposição  o que tornava aquela voz sua consciência. Quem sabe seja possível uma conversa mais amena...
Raimunda: Edmunda!? Sabe de uma coisa?
Edmunda: O que?
Raimunda: Eu acho que no fim, a questão principal da nossa ultima conversa é respeito.
Edmunda: Humm... Pode ser... Explica melhor...
Raimunda: Desde pequena eu escuto que o meu direito termina onde começa o do outro. Respeito é isso, conhecer o limite entre o meu direito e o direito dos outros, saber até onde se pode ir.
Edmunda: Será que é só isso? Só porque eu conheço esse limite não significa que eu vá obedecê-lo. Eu tenho que  saber respeitar os direitos dos outros.
Raimunda: ...
Edmunda: Agora eu te peguei né...
Raimunda: rsrsrsrsrsrs... Ok... O conceito é mais amplo, mas você entendeu a idéia né...
Edmunda: Para respeitar as pessoas tem que perceber a importância de dar espaço ao outro, para que também tenham direito ao próprio espaço.
Raimunda: Bom, minha idéia é mais ou menos essa mesmo.
Edmunda: Mais ou menos!? Onde entra o mais e onde entra o menos?
Raimunda: É que eu estava pensando mais no limite mesmo... às vezes é complicado identificar esse limite.
Edmunda: Do que exatamente você está falando?
Raimunda: Várias coisas... quando você cria expectativas em relação a uma pessoa, por exemplo, ninguém é obrigado a corresponder às expectativas de ninguém. Isso seria uma falta de respeito?
Edmunda: ...
Raimunda: Se a pessoa não corresponde às suas expectativas não significa necessariamente que ela não te respeitou. Mas existem pactos preestabelecidos pela sociedade para cada tipo de relacionamento.
Edmunda: Hum... acho que estou começando a entender onde você quer chegar.
Raimunda: Mas não é só isso.
Edmunda: Não!?
Raimunda: Não. Na outra conversa falamos sobre natureza também. Qual seria o limite de interferência do homem na natureza? Hoje existem regras que limitam essa interferência. A clonagem, por exemplo, ainda é vista com receio, mas já foi feita em animais.
Edmunda: Por que você não consegue pensar em uma coisa de cada vez? Eihn!?
Raimunda: Ah! Porque assim é mais emocionante... rsrsrsrsrs

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Raimunda, a Terra e a Humanidade

Alguns dias antes, quando a vida de Raimunda ainda era normal, ao se ver diante de notícias sobre a defesa do planeta em relação à poluição e ao efeito estufa, ela parou para refletir. E foram as reflexões feitas nesse dia que ela resolveu resgatar.
Raimunda: Edmunda! Lembra que outro dia eu estava pensando sobre o estrago que homem faz no planeta!?
Edmunda: Lembro sim. Para você a destruição do planeta pelo homem é o resultado da pobreza de espírito e da falta de consciência do homem.
Raimunda: Não é bem assim vai... nas minhas reflexões eu não fui tão radical assim...
Edmunda: Ah não, desculpa!? Você começou pensando que o homem como um ser frágil não conseguiria sobreviver sozinho na natureza por isso teve que se organizar em grupos.
Raimunda: Sim, mas isso nem é original. Qualquer um percebe isso facilmente.
Edmunda: Claro que percebe. Mas você não parou por aí... Você pensou também como o homem conseguiu evoluir física, social e intelectualmente até chegar nos tempo de hoje. E chegou a pensar na possibilidade de que se o homem parasse em algum ponto da evolução talvez não haveriam tantos animais em extinção, buraco na camada de ozônio e todos os outros problemas ambientais que são anunciados todos os dias.
Raimunda: Posso ter exagerado um pouco. Mas você tem que concordar comigo que à medida que o homem foi percebendo que podia modificar a natureza a seu favor, ele foi deixando de ser ameaçado pelo meio externo e passou a ser uma ameaça. O extinto de sobrevivência aos poucos foi sendo deixado de lado para dar lugar à vaidade, ao egoísmo, ao orgulho, ao individualismo...
Edmunda: Mas não são só esses sentimentos que movem o homem.
Raimunda: Podem não ser, mas na sociedade atual eles são muito fortes. A tecnologia está distanciando as pessoas, as relações são cada vez mais superficiais. Tudo é muito rápido e por isso os laços que unem as pessoas são cada vez mais fracos.
Edmunda: Tá! E em que isso te afeta? O que você pode fazer para melhorar isso?
Raimunda: Será que uma consulta com psicólogo é assim!?
Edmunda: ???
Raimunda: Não tem como não ser afetado. Para modificar eu tenho que ser teimosa e tentar me relacionar de forma mais intensa com as pessoas, tentar entrar em contato com o que passa na cabeça e no coração delas.
Edmunda: Interessante... mas o que isso tem a ver o inicio da conversa mesmo...
Raimunda: Tudo. Se o homem não se preocupa com o próprio homem, se falta empatia entre as pessoas, como ele vai se preocupar com o resto da natureza!?
Edmunda: É... tá certo! E também se ainda existem pessoas que mal conseguem sobreviver, como elas terão condição de pensar na preservação do meio ambiente!?
Raimunda: O pior é que os que conseguem sobreviver bem, muitas vezes preferem não pensar para não perder o conforto.
Edmunda: E você nem é radical né...
Raimunda: ... Só um pouquinho...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Novos Caminhos

Raimunda estava convicta de que aquilo tudo era um sonho, que logo iria acordar. Mas se sentia inquieta, não queria ficar sozinha por isso resolveu continuar conversando com Edmunda. Além disso, e se não fosse um sonho? Por via das dúvidas era bom arrumar um jeito de desvendar aquele enigma.
Raimunda: Já que os problemas são meus é melhor ser original, né...
Edmunda: é... acho que é...
Raimunda: Ser ou não ser é muito Shakespeare e eu não tenho nada a ver com ele. Acho melhor usar um caminho mais original, mais sincero.
Edmunda: E que caminho seria esse?
Raimunda: Sei lá... podemos discutir sobre as coisas que me incomodam, que me fazem pensar e através delas tentar achar a solução...
Edmunda: Ah tá! Mas essa cabeça aí fervilha né...
Raimunda: Melhor que ser vazia.
Edmunda: ...
Raimunda: ...
Edmunda: E você vai começar de fora pra dentro ou de dentro pra fora?
Raimunda: Humm... de fora pra dentro é mais fácil né...
Edmunda: Ok! Agora só falta escolher o tema.
Raimunda: O pior é que esse lugar não me inspira... vou ter que resgatar alguma das minhas reflexões...
Edmunda: Ah! Quando descobrir qual me chama... agora vou cochilar um pouquinho...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O caminho


Raimunda até tentou sair daquele lugar sozinha, mas estava cercada por um imenso vazio. Não tinha como se orientar, não havia por perto nenhum sinal de vida, nada naquele lugar lhe parecia familiar. Diante da falta de perspectivas, resolveu chamar Edmunda.
Raimunda: Edmunda!? Apareça Edmunda...
Edmunda: O que foi? Achou a saída?
Raimunda: Não. Mas você não disse que só podíamos sair daqui juntas?
Edmunda: Disse, mas tinha a esperança que você tivesse sorte e encontrasse a saída sozinha.
Raimunda: Infelizmente não tive essa sorte.
Edmunda: ...
Raimunda: Bom, você disse algo sobre resolver problemas existenciais...
Edmunda: Sim.
Raimunda: Por onde a gente começa? Ser ou não ser?
Edmunda: Questão antiga... pode até ser... mas não sei não viu... que resposta você daria?
Raimunda: ...
Edmunda: ...
Raimunda: ...
Edmunda: É... acho que estamos no caminho certo...
Raimunda: Ótimo! O caminho certo é uma grande incógnita.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Início


Raimunda é uma mulher na segunda década de vida, que sempre foi a segunda em tudo.  A segunda-feira costuma ser seu dia de sorte, por isso nesse dia ela separa a segunda hora da tarde para resolver seus problemas e pensar no futuro. Em um dia de chuva, ao tropeçar pela segunda vez, ela cai em uma poça de lama estranha, que a engole e enrola.  Então surge uma voz:
- Não se confunda Raimunda, eu sou a Edmunda e você não está moribunda.
Raimunda: Edmunda? Que Edmunda?
Edmunda: Sou seu grilo abundante... digo falante.
Raimunda: Ahhhhhhhhhhh! Por isso eu não te vejo!?
Edmunda: Bom, na verdade não... você não me vê porque sou sua consciência, estou dentro de você. Me apresentei como grilo só porque gosto do personagem mesmo...
Raimunda: ...
Edmunda: ...
Raimunda: E porque você resolveu falar comigo só agora?
Edmunda: Eu falo com você sempre. É você que insiste em não me ouvir.
Raimunda: Umpf... ta bom! E onde eu estou?
Edmunda: Essa história eu acho que você não vai gostar muito... (hehe)
Raimunda: Manda a bomba vai... eu agüento.
Edmunda: Bom, parece que meu módulo de funcionamento original não está funcionando muito bem...
Raimunda: e...
Edmunda: E... Vamos ficar presas aqui até resolvermos nossos problemas existenciais.
Raimunda: Nossos problemas!? Você não funciona direito e sobra pra mim?
Edmunda: Na verdade os problemas são seus, eu sou coadjuvante aqui. Minha função é te ajudar.
Raimunda: Ótimo! Dispenso a ajuda. Pode sumir que eu dou um jeito de sair daqui sozinha.
Edmunda: Não posso. Só podemos sair daqui juntas.
Raimunda: Algo me diz que isso vai demorar...