segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O caminho


Raimunda até tentou sair daquele lugar sozinha, mas estava cercada por um imenso vazio. Não tinha como se orientar, não havia por perto nenhum sinal de vida, nada naquele lugar lhe parecia familiar. Diante da falta de perspectivas, resolveu chamar Edmunda.
Raimunda: Edmunda!? Apareça Edmunda...
Edmunda: O que foi? Achou a saída?
Raimunda: Não. Mas você não disse que só podíamos sair daqui juntas?
Edmunda: Disse, mas tinha a esperança que você tivesse sorte e encontrasse a saída sozinha.
Raimunda: Infelizmente não tive essa sorte.
Edmunda: ...
Raimunda: Bom, você disse algo sobre resolver problemas existenciais...
Edmunda: Sim.
Raimunda: Por onde a gente começa? Ser ou não ser?
Edmunda: Questão antiga... pode até ser... mas não sei não viu... que resposta você daria?
Raimunda: ...
Edmunda: ...
Raimunda: ...
Edmunda: É... acho que estamos no caminho certo...
Raimunda: Ótimo! O caminho certo é uma grande incógnita.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Início


Raimunda é uma mulher na segunda década de vida, que sempre foi a segunda em tudo.  A segunda-feira costuma ser seu dia de sorte, por isso nesse dia ela separa a segunda hora da tarde para resolver seus problemas e pensar no futuro. Em um dia de chuva, ao tropeçar pela segunda vez, ela cai em uma poça de lama estranha, que a engole e enrola.  Então surge uma voz:
- Não se confunda Raimunda, eu sou a Edmunda e você não está moribunda.
Raimunda: Edmunda? Que Edmunda?
Edmunda: Sou seu grilo abundante... digo falante.
Raimunda: Ahhhhhhhhhhh! Por isso eu não te vejo!?
Edmunda: Bom, na verdade não... você não me vê porque sou sua consciência, estou dentro de você. Me apresentei como grilo só porque gosto do personagem mesmo...
Raimunda: ...
Edmunda: ...
Raimunda: E porque você resolveu falar comigo só agora?
Edmunda: Eu falo com você sempre. É você que insiste em não me ouvir.
Raimunda: Umpf... ta bom! E onde eu estou?
Edmunda: Essa história eu acho que você não vai gostar muito... (hehe)
Raimunda: Manda a bomba vai... eu agüento.
Edmunda: Bom, parece que meu módulo de funcionamento original não está funcionando muito bem...
Raimunda: e...
Edmunda: E... Vamos ficar presas aqui até resolvermos nossos problemas existenciais.
Raimunda: Nossos problemas!? Você não funciona direito e sobra pra mim?
Edmunda: Na verdade os problemas são seus, eu sou coadjuvante aqui. Minha função é te ajudar.
Raimunda: Ótimo! Dispenso a ajuda. Pode sumir que eu dou um jeito de sair daqui sozinha.
Edmunda: Não posso. Só podemos sair daqui juntas.
Raimunda: Algo me diz que isso vai demorar...