segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Raimunda, Conselhos e O Amor

Mas por onde começar a se julgar? O ser humano é tão complexo! Tantas coisas interferem nas nossas atitudes! Nem sempre o certo e o errado são fáceis de diferenciar. Ou será que inconscientemente distorcemos as coisas para tranqüilizar nossa consciência?
Edmunda: Posso sugerir um tema pra começar seu alto julgamento?
Raimunda: Pode, mas não vai começar pegando pesado eihn!
Edmunda: Você já reparou que é metida a conselheira?
Raimunda: Ah! Eu dou meus pitacos, mas só quando me pedem e meus conselhos são do bem, eu só tento ajudar.
Edmunda: Se conselho fosse bom não se dava, vendia.
Raimunda: Por que isso agora?
Edmunda: Ah! Não to muito bem com você desde que você incentivou aquele seu amigo a trair a namorada. Logo você que é tão ciumenta, possessiva...
Raimunda: Ih! Nem foi bem assim, você está distorcendo a história.
Edmunda: Então se explique.
Raimunda: Uai, o menino estava na dúvida entre a namorada e um amor de infância. Sendo que ele nem teve a oportunidade de ficar a menina do passado porque tinha medo do pai dela. Eu só analisei com ele a situação e chegamos juntos à conclusão que se ele não testasse, nunca ia saber de quem ele realmente gostava.
Edmunda: Você não acha essa conclusão muito conveniente pra ele não?
Raimunda: Você não sabe como é torturante um e se?
Edmunda: Vocês se torturam com os e se porque no fundo não querem resistir à tentação.
Raimunda: No fim deu tudo certo, ele não traiu a namorada e ainda sentiu que a relação dos dois ficou mais fortalecida.
Edmunda: Já que você gosta tanto do E SE... Se não terminasse bem? Se ele traísse a namorada, ela descobrisse, eles terminassem e ele se arrependesse? Como você se sentiria?
Raimunda: Ele não traiu porque é amor verdadeiro, o medo de perder falou mais alto.
Edmunda: Mas e se fosse o seu namorado?
Raimunda: Tá bom! Eu não ia gostar, não ia parar pra ouvir, não ia tentar entender, não ia nem chegar perto dele pra evitar qualquer tentativa de explicação.
Edmunda: Exatamente!
Raimunda: Mas eu sou burra, se ele insistisse bastante, eu ia chorar um pouco, repensar bastante os fatos e depois poderia perdoar.
Edmunda: Mas não seria a mesma coisa.
Raimunda: Não seria, mas os dois amadureceriam com isso. E teriam a oportunidade de criar uma relação mais sólida, mais sincera.
Edmunda: Quer dizer que você não é mais ciumenta?
Raimunda: Não. Eu sou ciumenta. Mas eu reconheço que ninguém é de ninguém e que não devemos depositar expectativas nas pessoas. O que eu sinto diz respeito a mim, não posso cobrar nada de ninguém por isso.
Edmunda: Eu quero ver isso é na prática.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Raimunda e O Pequeno príncipe

De repente Raimunda se vê pensando na história do Pequeno Príncipe. Nas viagens do menino pelo espaço, nos personagens que ele conheceu, na relação do menino com sua rosa.
Edmunda: Buuuuuuuuuuuuuu....
Raimunda: Ai! Que susto!
Edmunda: Você está muito distraída. Eu quero participar também.
Raimunda: Você conhece a história do pequeno príncipe?
Edmunda: Dãhn! Se você conhece eu também conheço né...
Raimunda: Tá bom! Miss delicadeza... você lembra o que o rei que nomeou o principezinho como juiz disse pra ele?
Edmunda: Hummm... Não. O que ele disse?
Raimunda: Não tinha mais ninguém naquele planeta, então o rei disse ao príncipe que ele devia se julgar.
Edmunda: E daí?
Raimunda: E daí, que não foi só isso que ele disse. Ele disse também, que quando o príncipe conseguisse se julgar ele seria um sábio.
Edmunda: Certíssimo! Julgar a si é uma coisa muuuuuuuuuuuito difícil, poucos conseguem fazer essa tarefa bem.
Raimunda: Pois eu acho que está passando da hora de eu começar a fazer isso. Até agora eu evitei, mas não posso evitar mais.                                                                                                                                                                                              
Edmunda: Agora sim estamos no caminho certo.
risos

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Respeito

Depois dessa conversa, Raimunda ficou inquieta, mas preferiu não conversar com Edmunda durante um tempo. Ela se sentia sozinha, mas não queria discutir, também não entendia bem sua relação com a Edmunda, que dizia ser sua consciência e se opunha tanto a ela. Talvez isso fizesse mais sentido do que parecia, talvez fosse essa oposição  o que tornava aquela voz sua consciência. Quem sabe seja possível uma conversa mais amena...
Raimunda: Edmunda!? Sabe de uma coisa?
Edmunda: O que?
Raimunda: Eu acho que no fim, a questão principal da nossa ultima conversa é respeito.
Edmunda: Humm... Pode ser... Explica melhor...
Raimunda: Desde pequena eu escuto que o meu direito termina onde começa o do outro. Respeito é isso, conhecer o limite entre o meu direito e o direito dos outros, saber até onde se pode ir.
Edmunda: Será que é só isso? Só porque eu conheço esse limite não significa que eu vá obedecê-lo. Eu tenho que  saber respeitar os direitos dos outros.
Raimunda: ...
Edmunda: Agora eu te peguei né...
Raimunda: rsrsrsrsrsrs... Ok... O conceito é mais amplo, mas você entendeu a idéia né...
Edmunda: Para respeitar as pessoas tem que perceber a importância de dar espaço ao outro, para que também tenham direito ao próprio espaço.
Raimunda: Bom, minha idéia é mais ou menos essa mesmo.
Edmunda: Mais ou menos!? Onde entra o mais e onde entra o menos?
Raimunda: É que eu estava pensando mais no limite mesmo... às vezes é complicado identificar esse limite.
Edmunda: Do que exatamente você está falando?
Raimunda: Várias coisas... quando você cria expectativas em relação a uma pessoa, por exemplo, ninguém é obrigado a corresponder às expectativas de ninguém. Isso seria uma falta de respeito?
Edmunda: ...
Raimunda: Se a pessoa não corresponde às suas expectativas não significa necessariamente que ela não te respeitou. Mas existem pactos preestabelecidos pela sociedade para cada tipo de relacionamento.
Edmunda: Hum... acho que estou começando a entender onde você quer chegar.
Raimunda: Mas não é só isso.
Edmunda: Não!?
Raimunda: Não. Na outra conversa falamos sobre natureza também. Qual seria o limite de interferência do homem na natureza? Hoje existem regras que limitam essa interferência. A clonagem, por exemplo, ainda é vista com receio, mas já foi feita em animais.
Edmunda: Por que você não consegue pensar em uma coisa de cada vez? Eihn!?
Raimunda: Ah! Porque assim é mais emocionante... rsrsrsrsrs

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Raimunda, a Terra e a Humanidade

Alguns dias antes, quando a vida de Raimunda ainda era normal, ao se ver diante de notícias sobre a defesa do planeta em relação à poluição e ao efeito estufa, ela parou para refletir. E foram as reflexões feitas nesse dia que ela resolveu resgatar.
Raimunda: Edmunda! Lembra que outro dia eu estava pensando sobre o estrago que homem faz no planeta!?
Edmunda: Lembro sim. Para você a destruição do planeta pelo homem é o resultado da pobreza de espírito e da falta de consciência do homem.
Raimunda: Não é bem assim vai... nas minhas reflexões eu não fui tão radical assim...
Edmunda: Ah não, desculpa!? Você começou pensando que o homem como um ser frágil não conseguiria sobreviver sozinho na natureza por isso teve que se organizar em grupos.
Raimunda: Sim, mas isso nem é original. Qualquer um percebe isso facilmente.
Edmunda: Claro que percebe. Mas você não parou por aí... Você pensou também como o homem conseguiu evoluir física, social e intelectualmente até chegar nos tempo de hoje. E chegou a pensar na possibilidade de que se o homem parasse em algum ponto da evolução talvez não haveriam tantos animais em extinção, buraco na camada de ozônio e todos os outros problemas ambientais que são anunciados todos os dias.
Raimunda: Posso ter exagerado um pouco. Mas você tem que concordar comigo que à medida que o homem foi percebendo que podia modificar a natureza a seu favor, ele foi deixando de ser ameaçado pelo meio externo e passou a ser uma ameaça. O extinto de sobrevivência aos poucos foi sendo deixado de lado para dar lugar à vaidade, ao egoísmo, ao orgulho, ao individualismo...
Edmunda: Mas não são só esses sentimentos que movem o homem.
Raimunda: Podem não ser, mas na sociedade atual eles são muito fortes. A tecnologia está distanciando as pessoas, as relações são cada vez mais superficiais. Tudo é muito rápido e por isso os laços que unem as pessoas são cada vez mais fracos.
Edmunda: Tá! E em que isso te afeta? O que você pode fazer para melhorar isso?
Raimunda: Será que uma consulta com psicólogo é assim!?
Edmunda: ???
Raimunda: Não tem como não ser afetado. Para modificar eu tenho que ser teimosa e tentar me relacionar de forma mais intensa com as pessoas, tentar entrar em contato com o que passa na cabeça e no coração delas.
Edmunda: Interessante... mas o que isso tem a ver o inicio da conversa mesmo...
Raimunda: Tudo. Se o homem não se preocupa com o próprio homem, se falta empatia entre as pessoas, como ele vai se preocupar com o resto da natureza!?
Edmunda: É... tá certo! E também se ainda existem pessoas que mal conseguem sobreviver, como elas terão condição de pensar na preservação do meio ambiente!?
Raimunda: O pior é que os que conseguem sobreviver bem, muitas vezes preferem não pensar para não perder o conforto.
Edmunda: E você nem é radical né...
Raimunda: ... Só um pouquinho...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Novos Caminhos

Raimunda estava convicta de que aquilo tudo era um sonho, que logo iria acordar. Mas se sentia inquieta, não queria ficar sozinha por isso resolveu continuar conversando com Edmunda. Além disso, e se não fosse um sonho? Por via das dúvidas era bom arrumar um jeito de desvendar aquele enigma.
Raimunda: Já que os problemas são meus é melhor ser original, né...
Edmunda: é... acho que é...
Raimunda: Ser ou não ser é muito Shakespeare e eu não tenho nada a ver com ele. Acho melhor usar um caminho mais original, mais sincero.
Edmunda: E que caminho seria esse?
Raimunda: Sei lá... podemos discutir sobre as coisas que me incomodam, que me fazem pensar e através delas tentar achar a solução...
Edmunda: Ah tá! Mas essa cabeça aí fervilha né...
Raimunda: Melhor que ser vazia.
Edmunda: ...
Raimunda: ...
Edmunda: E você vai começar de fora pra dentro ou de dentro pra fora?
Raimunda: Humm... de fora pra dentro é mais fácil né...
Edmunda: Ok! Agora só falta escolher o tema.
Raimunda: O pior é que esse lugar não me inspira... vou ter que resgatar alguma das minhas reflexões...
Edmunda: Ah! Quando descobrir qual me chama... agora vou cochilar um pouquinho...