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segunda-feira, 11 de maio de 2020

Zeitgeist

Edmunda: Shhhhhhhhhhhhh...

Raimunda: O que foi?

Edmunda: Silêncio! Estou tentando ouvir o Zeitgeist {tsart.garst}.

Raimunda: Zé o que?

Edmunda: Zeitgeist {tsart.garst},  é um termo alemão, significa Espírito da Época.

Raimunda: Ahn!? Espírito da Terra? Você quer ouvir o Espírito da Terra?

Edmunda: Bem... estou tentando...

Raimunda: E como você pretende fazer isso?

Edmunda: Os sinais estão aí, é só observar e refletir.

Raimunda: Ah, sim! Claro!

Edmunda: Dois sinais que me intrigam, por exemplo, são o crescimento do movimento feminino e do movimento Slow Living.

Raimunda: O crescimento do movimento Feminino, ok. Mas Slow Living? What is it?

Edmunda: É uma tendência de busca pela desaceleração, por uma vida mais simples, porém com mais significado.

Raimunda: Bons sinais... mas porque você inventou de se preocupar com isso agora?

Edmunda: Teorias... especulações... muitos falam que o mundo vai ser diferente após a Pandemia, mas que mudança será essa?

Raimunda: Acho que estou entendendo... Não dá pra saber qual/quais mudanças ocorrerão, mas você acredita ou espera que tenham a ver com estes movimentos.

Edmunda: Acompanha só... a desaceleração é fácil, foi imposta e pode provocar reflexões. O mais fantástico é o reforço para o movimento Feminista.

Raimunda: Você diz isso por causa do destaque dos Países liderados por mulheres no combate à COVID-19?

Edmunda: Também... Você sabia que 70% das equipes de saúde são compostas por mulheres? E que o primeiro Coronavírus humano  foi descoberto por uma mulher escocesa que teve que parar de estudar aos 16 anos?

Raimunda: Imaginava que a maioria dos profissionais de saúde eram mulheres, só não tinha números. e como essa escocesa descobriu o Corona?

Edmunda: O nome dela é June Almeida, desenvolveu uma técnica de visualização de vírus com uso de anticorpos. Utilizando esta técnica conseguiu identificar o primeiro coronavírus humano. No início seu trabalho foi rejeitado, mas hoje é reconhecido e utilizado no combate à pandemia.

Raimunda: Falam em heróis, mas deveriam prestar mais atenção nas heroínas...

Edmunda: Não é de destaque que elas precisam. Na verdade, a humanidade precisa que elas e todos os humanos sejam respeitados, tratados com equidade e encarados como parceiros.

Raimunda: humm... está inspirada hein... e o Slow Living?

Edmunda: Ahh... é uma mistura de comportamento com filosofia. A busca por uma vida equilibrada, baseada em valores reais, plena, com responsabilidade social e ambiental.

Raimunda: E você acha que o isolamento pode contribuir?

Edmunda: Já existia um movimento nesse sentido, pessoas já estavam mudando das grandes cidades para o interior, buscando este estilo de vida. Por quê não potencializar agora?

Raimunda: Interessante... também quero ouvir o Zeitgeist... fiquei curiosa...

Shhhhhhhhhhhhhhh.....


segunda-feira, 30 de março de 2020

Odoya

E uma aura azul e branca tomou a atmosfera
Uma brisa suave indica novos ventos
Água, ar tudo parece mais puro
E o amor toma novas formas

Raimunda: PAN DE MIA... PAN DE MIA...

Edmunda: Quê isso?

Raimunda: É quando uma doença se espalha pelo mundo, deixando todos os países em alerta.

Edmunda: Bom, não era bem isso que queria saber. Estou curiosa com essa sua cara de espanto, essa perplexidade...

Raimunda: E não é para assustar? O mundo em quarentena, as pessoas em casa com medo de um vírus, centenas morrendo todos os dias!? O que há pouco tempo era só teoria, coisa de livros de história e ciências, se tornou real, concreto. O terror que aparentava estar restrito a épocas onde não havia o conceito de sanitarismo, se manifesta hoje numa época tecnológica que o acelera ao invés de reprimir.

Edmunda: Catastrófico! Mas não pode ser o fim do mundo, deve ter algo positivo nisso aí...

Raimunda: Positividade sempre tem. Ela é necessária.... precisamos manter a sanidade mental da pessoas...

Edmunda: Só por isso?

Raimunda: Não, não é só por isso, é real. As pessoas tiveram que desacelerar, para cuidar de si e das pessoas que ama. Isso gera um reflexão natural sobre os padrões de comportamento atuais, se não precisam ser revistos. Além disso tem a natureza... quando o homem diminui seu ritmo, ela finalmente pode respirar e se recuperar.

Edmunda: hummm... quer dizer que essa tal pandemia tem efeitos no homem ena natureza, no planeta...

Raimunda: Isso! Tem quem acredite que esta seja uma oportunidade para a Humanidade se regenerar e salvar o planeta. Existem várias crenças sobre as intenções divinas com esse vírus. fato é que a religiosidade também foi aflorada.

Edmunda: Não seria o pânico com a pandemia, além do instinto de sobrevivência, um certo medo da mudança?

Raimunda: É... pode ser. Já foram muitas mudanças bruscas e com certeza vem muito mais por aí... 

Edmunda: E adianta entrar em pânico?

Raimunda: Resiliência é a capacidade de enfrentar uma adversidade de forma positiva, a utilizando como aprendizado. O momento exige resiliência... é hora de transformar teoria em prática.

Edmunda: Então, bora nos juntar às pessoas que cantam nas varandas!?

Odoya que as águas nos purifiquem
Odoya que os caminhos se abram
Odoya que venha um tempo de luz

segunda-feira, 14 de março de 2016

Raimunda, Ruidos e Ecos

“O problema da internet é que produz muito ruído, pois há muita gente a falar ao mesmo tempo. Faz-me lembrar quando na ópera italiana é necessário imitar o ruído da multidão e o que todos pronunciam é a palavra ‘rabarbaro’. Porque imita esse som quando todos repetem ‘rabarbaro rabarbaro rabarbaro’, e o ruído crescente da informação faz correr o risco de se fazer ‘rabarbaro’ sobre os acontecimentos no mundo.”
                                                     (Humberto Eco)

Raimunda: rabarbaro.... Rabarbaro... RABARBARO, RABARBARO,RABARBARO, RABARBARO,RABARBARO, RABARBARO,RABARBARO, RABARBARO...

Edmunda: Que isso, menina!

Raimunda: Tô tentando dissipar o ruído...

Edmunda: Que ruído?

Raimunda: Todos os ruídos! Eles não te incomodam? Não te angustiam?

Edmunda: Ih! Já vi que você não está bem... respira, se acalma e tenta me explicar que tudo é esse...

Raimunda: Tudo, tudo oras.... Ninguém se aprofunda em nada, mas todo mundo tem opinião sobre tudo e o pior é que acreditam que são donos da verdade.

Edmunda: Exemplos...

Raimunda: No Brasil, as redes sociais  que podiam ser usadas para unir o povo em busca de mudanças positivas pra todos, revela o quanto ainda estamos vulneráveis às mais diversas formas de manipulação. Parece que o bom senso não existe. Também não existe diálogo... ai de quem não concorda comigo e com a minha panelinha!

Edmunda: Que isso, moça!  Imagina que uma coisa dessas ia acontecer em pleno século XXI!? A Humanidade já desenvolveu tanta tecnologia, todos são tão modernos, estão sempre atualizados...

Raimunda: Infelizmente, desenvolvimento tecnológico não é sinônimo de desenvolvimento humano. Tanto que por todo o mundo ainda tem gente que defende a violência, o nazismo e tantas outras atrocidades que há pouco tempo pareciam ter ficado no passado...

Edmunda: Verdade... E porque você não grita socorro ao invés de rabarbaro?

Raimunda: Será que adianta? A vontade muitas vezes é de pedir pro mundo parar que eu quero descer... mas não dá!? No fundo, eu acho que é o meu egoísmo falando... Eu quero é me preservar, manter minha consciência...

Edmunda: Consciência? É só chamar que eu apareço... kkkkkkkkkkk

Raimunda: kkkkkkkkkk... verdade...kkkkkkkkk...

Edmunda: Egoísmo do bem, que reconhece que o bem estar pessoal depende do bem estar coletivo não faz mal. Até edifica...

Raimunda: Se você diz... só espero que as opiniões edificantes ecoem mais do que as destrutivas...

segunda-feira, 2 de março de 2015

Constatações


E um grande suspiro cortou o silêncio...

Raimunda: Ahhhhhhhhhhhhh... Se o que a vida quer da gente é coragem... o que a gente quer da vida é carinho!

Edmunda: Ãhn!?!?!?!?!?!?

Raimunda: Minha cara... não importa a casca, nem a cara brava, muito menos o tamanho... no fim o que todos queremos são os abraços, os laços, os sorrisos...

Edmunda: Pois que seja! Mas por que isso agora?

Raimunda: Nada! São apenas devaneios, reflexões...

Edmunda: Continuo sem entender nada, mas tudo bem...

Raimunda: No fundo somos todos crianças carentes... nosso ego sedento clama por carinho... e cada um à sua maneira vai tentando alimentá-lo...

Edmunda: Hummm...

Raimunda: Seja pela atenção forçada ou pelo carinho espontâneo, o ego é alimentado. Ah que se ter coragem para assumir essa necessidade e alimentá-lo direito!

Edmunda: ... acho que estou entendendo...

Raimunda: Não entenda! Sinta! E reaja!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Então já é Natal...

Blim-Blém!
Blim-Blom!

Edmunda: Que som é esse?

Raimunda: São sinos! Como o tempo passa rápido! Já é Natal!

Edmunda: É o tempo que passa rápido ou as pessoas que não mais desfrutam o passar do tempo?

Raimunda: Hummm... Momento filosófico!

Edmunda: Por que não!? Quer época melhor pra isso?

Raimunda: O.o

Edmunda: Observe bem as pessoas... elas correm para preparar a ceia, comprar os presentes, cumprir todo o ritual que a data exige.

Raimunda: Sim. E daí?

Edmunda: No meio de toda essa confusão a maioria não para pra ouvir os que estão à sua volta, as pessoas se reúnem para celebrar a paz, a harmonia, o espírito fraterno, que nem sempre existe... que em alguns casos é só teatro. E ainda há aqueles que se estressam com a sobrecarga de afazeres. A festa acaba perdendo seu sentido.

Raimunda: Você não acha que está sendo muito ranzinza, não?

Edmunda: Talvez... mas não estou mentindo.

Raimunda: Tudo bem que o Natal é uma daquelas datas em que se é feliz por obrigação, por costume. Mas que mal há nisso?

Edmunda: Nenhum, mas essa data também deveria ser uma data de reflexão, de crescimento, de propósitos firmes de mudança.

Raimunda: Ah, minha cara! Nós seres humanos vivemos nos enganando... empurramos a vida com a barriga por medo de nos arriscar na busca pela tão almejada felicidade e perdermos os pequenos feixes de alegria que já conquistamos. Nessa "brincadeira" vamos nos acostumando, nos acomodando..

Edmunda: Pois bem! Então que o próximo ano seja de inquietação, incômodo, desconstrução... Que seja um ano repleto de Vida e Felicidade!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Raimunda e os bichos

Se relacionar
Relacionar-se
Via de mão dupla
Ao mesmo tempo que se dá, recebe

Raimunda: Estranho como um bichinho pode despertar tanta coisa...

Edmunda: É um dos relacionamentos mais puros, mais espontâneos.

Raimunda: Verdade!

Edmunda: Por isso são ótimos mestres para o autoconhecimento.

Raimunda: Ahn!? Pra me relacionar eu não preciso me conhecer primeiro?

Edmunda: Sim, mas sem o outro para testar sua tolerância, sua paciência, sua empatia... como você vai se conhecer?

Raimunda: Entendi... compreender a levadeza de um cãozinho é mais fácil do que a infidelidade de alguém que se ama.

Edmunda: O.o Acho que você exagerou... Dramática, como sempre! Mas a ideia é essa!

Raimunda: Há quem diga que quanto mais conhece os homens mais gosta dos animais. Mas a predisposição para se relacionar vem de dentro, tanto o homem quanto o bicho podem e vão ter comportamentos desagradáveis, temos que aprender a lidar com eles.

Edmunda: Elementar minha cara.... rsrsrsrsrs.... resta a cada um examinar na sua balança de relacionamentos o que pesa mais: as atitudes positivas ou as negativas.

Cuidar e ser cuidado
Dar carinho e ser amado
Se preocupar e ser reconfortado
Enlouquecer e ser apoiado
(...)

; )

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Liberdade

Quão vil é a espécie humana
Nem uma essência mereceu
Porém seu infortúnio é também sua vitória
Como fruto dessa falta, a liberdade ela recebeu

Raimunda: Existe, por acaso, algum ser vivo de comportamento mais variado do que o homem?

Edmunda: Se existe, ainda não me apresentaram...

Raimunda: Pois é, essa tal racionalidade que nós arrumaram permite que cada pessoa interprete e reaja ao mundo de uma forma própria.

Edmunda: Desconsiderando, claro, os moldes sociais que fazem com que muitos se comportem da mesma forma.

Raimunda: Mesmo nesses moldes existem alguns que moldam esses padrões à sua personalidade, ao seu jeito...

Edmunda: Os moldes são necessários para preservação da espécie, se as pessoas agissem com total liberdade, dificilmente a humanidade ainda existiria.

Raimunda: Ou não... ao perceber que fazendo mal ao outro acaba se prejudicando, o homem, pode escolher mudar seu comportamento e buscar novos caminhos para satisfazer suas vontades e necessidades. A liberdade é o grande legado do homem.

Edmunda: Hummm... interessante... mas se é assim... por que as pessoas insistem em se prender a moldes, a dogmas?

Raimunda: ... Medo....

Edmunda: Medo???

Raimunda: É... a liberdade exige responsabilidade. E as pessoas tem medo de se responsabilizar pelas próprias escolhas. É mais fácil culpar alguém ou algo pelo que deu errado.

Edmunda: Verdade...

Raimunda: Mas no fim o único responsável pelo que deu certo ou errado e, principalmente, pela pessoa que se tornou é a própria pessoa.

As pessoas se moldam no dia-a-dia,
Pelas escolhas que fazem,
Por tudo que experimentam,
Pela forma que decidem encarar a vida...
A verdade é que o homem é um corpo solto na natureza, em busca do sentido da vida
Mal sabe ele, que o sentido da sua existência está em suas próprias mãos...


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Metamorfose

Tudo parece igual...
Na verdade nada à minha volta mudou
Fui eu quem mudei
Não vejo mais as coisas como antes
Nem me comporto da mesma forma
Mas será que alguém vai notar que eu não sou, nem voltarei a ser a mesma?

Raimunda: Edmundaaaaaaaaaaaaaa... vem cá! Aparece criatura!

Edmunda: Criatura? Que pressa! Que aflição é essa!?

Raimunda: Ah! No meio de toda essa loucura... eu não sei se vou construir algo grandioso para humanidade, mas tenho percebido que estou mudando...

Edmunda: E precisava fazer esse escarcéu todo pra me falar isso?

Raimunda: Mas... não são mudancinhas pequenininhas... são mudanças profundas... praticamente uma metamorfose...

Edmunda: Eu sei, sua bobinha... já te alertei sobre algumas dessas mudanças.

Raimunda: Verdade... tô ficando chata né...

Edmunda: É... mais ou menos... você está amadurecendo, se a larva precisa de um casulo para fazer (ou sofrer) sua metamorfose, porque você não poderia adotar uma casca também...

Raimunda: Hummm... agora quem está profunda é você...

Edmunda: Eu também gasto conhecimento, afinal a voz da sabedoria aqui sou eu...

Raimunda: Certo... oh grande sábia... eu me recolho à minha insignificância...

Edmunda: Palhaça!

Raimunda: O riso faz parte... ajuda a soltar as asas...

Edmunda: O riso é bom sim. Ruim é a sua ansiedade, que pode te fazer alçar voo com asas frágeis.

Raimunda: Então continuemos a metamorfose...

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Religiosidade e Política

Liberdade, Igualdade e Fraternidade!
Berram franceses e tantos outros revolucionários...
Mas também é o apelo que Jesus nos faz...
Amai-vos uns aos outros!

Raimunda: Que contradição interessante! De certa forma, apesar de se posicionarem contra a igreja, os revolucionários franceses e os socialistas defendem os ideais cristãos.

Edmunda: Uma coisa é a ideologia outra é a instituição social. Por isso, tanto o ideal cristão como o socialista foram deturpados ao longo da história.

Raimunda: hummm... é inegável que igreja e política devem atuar de forma independente. Sua fusão interfere na liberdade de escolha e manifestação cultural das pessoas. O que me interessa aqui é como os valores religiosos podem interferir na sua noção de direito e no seu comportamento político.

Edmunda: O cristianismo primitivo não tinha pretensões políticas, mas se organizava em comunidades com igualdade jurídica extrema, permitindo que as pessoas experimentassem o grau máximo da liberdade.

Raimunda: Isso foi possível enquanto as sociedades eram pequenas e compostas em sua maioria por mulheres. Antes do Império Romano enxergar no cristianismo um meio para sua consolidação.

Edmunda: O socialismo, por sua vez, buscou a revolução social e política em proporções universais, para se consolidar precisava assumir o poder do Estado. Seus idealizadores queriam que o homem se tornasse politicamente consciente. Porém sua consolidação se deu através de ditaduras.

Raimunda: Marx almejava a igualdade, abolindo inclusive a diferença entre governantes e governados, o que não foi possível na prática. Mas ele também errou ao desconsiderar as necessidades culturais do homem, o caracterizando apenas pelo seu trabalho.

Edmunda: O meio de ação pode ter determinado essas falhas. Enquanto o cristianismo primitivo agiu na sociedade  de dentro para fora, o socialismo agiu de fora para dentro.

Raimunda: É claro que o socialismo trouxe benefícios para as sociedades que foram submetidas a ele. Mas agoniza e precisa se reformular para sobreviver.

Edmunda: O capitalismo também vem se reformulando... devido a mudanças sociais, políticas, ambientais, tecnológicas...

Raimunda: A humanidade almeja uma sociedade mais justa e igualitárias há milênios... as fórmulas até hoje usadas falharam.... mas nada impede que novas fórmulas sejam criadas e os erros do passado sejam reformulados...

O sonho não acabou...
Se é de dentro pra fora que as mudanças pessoais ocorrem...
Também é de dentro pra fora que as mudanças sociais se consolidam.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Volúvel

É muito fácil julgar o outro enquanto, sorrateiramente, se esconde as próprias fraquezas.
Que mal há em ser volúvel?
Por que não se permitir o egoísmo?

Raimunda: Uma das características necessárias ao Mestre Construtor do Universo é a liberdade...

Edmunda: Sim! E daí?

Raimunda: Tenho a impressão que esta seja a característica mais difícil para desenvolver...

Edmunda: Por que?

Raimunda: Deus nos deu o livre arbítrio, mas temos medo da liberdade. Fugimos dela através de convenções sociais, estamos o tempo todo criando falsas amarras. Criamos moldes que nos prendem e também servem para que julguemos os outros.

Edmunda: Hummm... Inspirada...

Raimunda: Não fomos feitos para sermos heróis, exemplos de comportamento incontestável e presença imprescindível. Ninguém é assim! E por isso, os certinhos, perfeitinhos, muitas vezes são vistos com apreensão.

Edmunda: Ser admirado causa orgulho, alimenta a vaidade. É um meio para alcançar a felicidade...

Raimunda: Essa vaidade pode no fim ser um sinal de fraqueza... Um motivo para desmoralizar o aspirante a herói. Assim, a felicidade baseada na visão do outro se mostra fraca e é facilmente desfeita.

Edmunda: Além de ser alcançada por um processo doloroso...

Raimunda: O problema, na verdade, é que o certo e o errado não são tão rígidos como muitas vezes a sociedade quer que pareçam.

Edmunda: Pra variar temos que encontrar o equilíbrio entre o socialmente aceitável e as nossas vontades....

Raimunda: Não! A vontade é regida pelos sentimentos, alguns nos cegam outros não. A liberdade com sabedoria ocorre quando o homem se permite prazeres sem se preocupar com julgamentos alheios, mas consciente que seus atos não terão consequências graves.

Edmunda: O egoísmo, então, é perdoável!?

Raimunda: Mudanças de ideia também...

Só se vivi uma vez!
Deixar que circunstâncias e convenções sociais determinem seu caminho pode ser um desperdício de vida.
É preciso que se tenha tempo para desfrutar as alegrias e prazeres da vida, sem dó, sem remorsos.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Raimunda e Rubem Alves

E não é que em meio a esses significados de números, Raimunda começou a pensar em lições que aprendeu na infância...
Se lembrou dos livros de Rubem Alves e da sabedoria que transmitiam...

Raimunda: Os significados daqueles números remetiam a sabedoria, espiritualidade, liberdade... mas também tinham relação com ambição e poder...

Edmunda: Sim e daí!?

Raimunda: Me fez lembrar da relação do escorpião com a rã e das lagartixas com os dinossauros...

Edmunda: Looooooouuuuuuca, louquinha... Agora você pirou de vez, vou ter que arrumar uma camisa de força...

Raimunda: Você é quem se precipita. Estou falando de dois livros do Rubem Alves, se você tiver paciência para me ouvir vai entender...

Edmunda: Ok! se explique...

Raimunda: No "Escorpião e a Rã", o escorpião se deixa levar pelo orgulho e ataca a rã mesmo sabendo que essa atitude o mataria. Talvez  tenha faltado ao escorpião a espiritualidade necessária para vencer o orgulho e reconhecer que a vida é mais importante do que a vaidade e o poder. E que poder é esse? Que se garante pelo medo e nem serve para salvar a própria vida?

Edmunda: Entendo... a ambição, o orgulho e o poder são importantes motivadores mas, como tudo  na vida, necessitam de limite. A sabedoria e a espiritualidade, então, entrariam como balanceadores.

Raimunda: Isso! No significado dos números há menções sobre ligações entre opostos. O escorpião sentiu gratidão pela rã, mas também teve raiva, porque o gesto dela fez com que ele abaixasse a guarda, era como se ela o tivesse vencido.

Edmunda: E onde entram as lagartixas e os dinossauros? Fiquei curiosa...

Raimunda: Nesse livro as lagartixas brancas se deixam levar pela promessa de uma vida melhor ao ficarem grandes e coloridas, para isso comem o fruto da árvore proibida. Elas queriam ser as rainhas das lagartixas, mas cresceram demais, se tornaram dinossauros e com o passar do tempo foi ficando cada dia mais difícil encontrar comida. O corpo grande dos dinossauros ao mesmo tempo que exigia um volume maior de alimentos também destruía a floresta à medida que caminhavam. As florestas acabaram e os dinossauros morreram de fome. As outras lagartixas sobreviveram porque necessitavam de muito pouco para viver.

Edmunda: A vaidade e a ambição das lagartixas brancas provocaram seu fim... Mas essa história também remete à preservação da natureza...

Raimunda: O Mestre Construtor do Mundo tem que ter consciência que depende da natureza e que os recursos naturais não são infinitos. A humildade também é uma lição importante, que está presente nas duas histórias.

Edmunda: É... até que você não está muito louca não...

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Igualdade e Liberdade

Somos todos iguais, o que nos diferencia são as nossas escolhas.
Fatores externos podem intervir na nossa forma de agir e ver o mundo, mas no fundo o que determina para onde vamos, quem seremos na vida, são as nossas convicções.

Raimunda: Toc-toc...

Edmunda: Quem é?

Raimunda: Uma criatura cheia de dúvidas...

Edmunda: O que te aflige?

Raimunda: A princípio todas as pessoas são iguais, mas existem pessoas que surpreendem e por isso se destacam. Até que ponto nossa liberdade de escolha interfere no papel que vamos desempenhar no mundo e até que ponto esse papel é ditado pela nossa natureza?

Edmunda: Que medo!? Quanta profundidade!

Raimunda; É sério! Quer um exemplo?

Edmunda: Estou te levando a sério! Continue...

Raimunda: Beethoven é um dos grandes gênios da música, porém sofreu uma surdez progressiva. Surpreendentemente, suas principais obras foram compostas quando sua surdez já estava bem avançada. Ele poderia ter se deprimido com a doença e abandonado a música. Se isso acontecesse, poderíamos ignorar sua história hoje...

Edmunda: Verdade! Essa foi uma escolha importante...

Raimunda: Voltando para as pessoas normais... rsrsrsrsrs... existem pessoas que apresentam grandes talentos na infância e os abandonam ao longo da vida. Também existem deficientes que apesar de tudo e de todos correm atrás de seus sonhos  e vivem melhor do que muita gente que seria considerada "normal".

Edmunda: Nesses casos a facilidade pode ser um limitador e a dificuldade, um grande incentivador..

Raimunda: Por isso, eu acredito que qualquer um pode fazer qualquer coisa. O que nos poda ou nos dá asas são as nossas convicções e a nossa força de vontade.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Cultura e Educação

Essa tal humanidade é muito estranha mesmo...
Como pode!? Criaturas tão parecidas com comportamentos tão diversos???
Nem sempre o que é educado para uns é aceitável para outros. E o pior, nem sempre o que é consensualmente educado, é praticado por todos.

Edmunda: Raimundaaaaaaaaaaaa...

Raimunda: O que foiiiiiiiiiiii??

Edmunda: Nada de mais, só estou com vontade de mexer um pouco com a sua cabeça...

Raimunda: Só isso né... e ainda diz que não é nada de mais!?

Edmunda: Você já parou para observar o quanto os comportamentos humanos são diferentes?

Raimunda: Você está falando de questões culturais como o arroto que em alguns lugares é sinal de educação e em outros de falta dela?

Edmunda: Sim, mas é lógico que quero ir além disso...

Raimunda: Que inocência a minha! Qual a grande questão do dia?

Edmunda: Lixo.

Raimunda: Lixo!?

Edmunda: Sim, Lixo. Você já reparou como no ocidente o lixo é ligado a uma ideia de inferioridade e por isso quem lida com ele muitas vezes é rejeitado, é colocado à margem?

Raimunda: Sim, um exemplo são os garis que são invisíveis para maioria das pessoas. E o que eu acho pior é que as pessoas se acham no direito de jogar lixo na rua "para garantir o emprego do gari", mas é claro que não aceitam o mesmo comportamento em casa.

Edmunda: É exatamente nesse ponto que eu queria chegar. Olha que contraditório: a mãe ensina o filho que jogar lixo no chão é feio, mas a mesma mãe o ensina a jogar lixo na rua.

Raimunda: Será que isso é um resquício daquela ideia antiga de que existem humanos superiores e inferiores e por isso seria aceitável, inclusive, a escravidão?

Edmunda: Pode ser que sim... Fato é que existe uma influência cultural muito forte nisso. Países que seguem o budismo, por exemplo, acreditam que os objetos também tem alma e por isso devem ser tratados com zelo e gratidão.

Raimunda: Um ambiente limpo também é relacionado à pureza ao sagrado e, por isso para alguns povos manter o ambiente limpo é uma questão de honra.

Edmunda: Se todos pensassem assim não seria bem melhor? Olha como a interação entre os povos pode ser enriquecedora....

Raimunda: Verdade...

Quem dera que o simples fato de algo ter alma fosse suficiente para que as pessoas o tratassem com cuidado...

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Perfeição

Ah! Quantas inquietações povoam a alma humana...
Será mesmo que a felicidade é o fim? Ou seria ela o meio?
E a perfeição? Seria uma meta divina a ser atingida ou um conceito humano, mutável ao longo de gerações?

Raimunda: É muito estranho... na busca pela felicidade, há também uma busca pela perfeição, por cenários ideais...

Edmunda: E o que tem de estranho nisso?

Raimunda: Me parece que a felicidade é incompatível com a perfeição. A felicidade é leve e a perfeição é densa, pesada.

Edmunda: Interessante... mas esse peso seria da perfeição ou do seu processo de busca?

Raimunda: ???

Edmunda: A busca pela perfeição pode se tornar obsessiva e por isso ser um fardo. Mas a perfeição não pode ser pesada, isso a descaracterizaria, não?

Raimunda: É... certo... mas o perfeito é inatingível, exige atenção aos detalhes e aperfeiçoamentos constantes.

Edmunda: E desde quando isso é ruim? Você não acha que se fosse diferente a vida seria enfadonha e perderia o sentido?

Raimunda: Ás vezes quando está tudo bem, quando se cai na rotina, também bate um tédio, uma necessidade de mudança...

Edmunda: E o que é mesmo a perfeição? Um conjunto de padrões que a sociedade considera ideais? Por que esses padrões deveriam funcionar pra todos?

Raimunda: Na verdade esses padrões são ações e comportamentos que deveriam nos levar à felicidade, mas eu acredito que cada pessoa experimenta a felicidade de forma própria.

Edmunda: Se você pensar nos padrões de beleza também vai perceber que a beleza é relativa. Não é porque uma pessoa reúne características que são consideradas padrões de beleza, que necessariamente ela é bonita...

Raimunda: Não é atoa que existe a “Beleza Exótica”... Será que tudo é relativo? Até a perfeição?

O jeito é buscar os próprios padrões, ou a falta deles...
Encontrar um meio de produzir a própria fórmula da felicidade...

segunda-feira, 9 de junho de 2014

FACHADAS

Ah! As relações humanas...
Superficiais ou profundas, são tão complexas!

Raimunda: Nessa história de cooperação. como é que ficam "Os Caras Valentes" e "As Santinhas"?

Edmunda: E quando foi que eles entraram? Perdi essa parte...

Raimunda: Concentra aqui comigo: O Cara Valente é aquele que se faz de durão, que está sempre na defensiva...

Edmunda: Hummm... adoooooooooooro!

Raimunda: É pra concentrar esqueceu?

Edmunda: Foi mal... continua...

Raimunda: A Santinha é a boazinha, certinha, bem comportadinha, pelo menos para maioria do público.

Edmunda: Público!?

Raimunda: Calma! Você já vai entender... os dois personagens são assumidos para proteção, mas principalmente pelos benefícios que geram a seus interpretes.

Edmunda: Que tipo de benefícios?

Raimunda: A cooperação pode ser conquistada tanto pelo afeto quanto pelo medo, pode ser voluntária ou involuntária, consciente ou inconsciente...

Edmunda: Entendi! Mas onde você quer chegar?

Raimunda: Elementar, minha cara! Esses dois personagens são extremos, mantê-los pode custar muito...

Edmunda: E...

Raimunda: A minha dúvida é se essa armadura inibe ou aflora a criatividade dos seus usuários.

Edmunda: Agora eu não entendi nada...

Raimunda: Como eu já disse, manter esses personagens pode custar caro... Então, para escapar deste fardo as pessoas teriam que usar sua criatividade...

Edmunda: Tá... e aí...

Raimunda: Acontece que esses não são os únicos personagens que adotamos. Todos os dias temos que seguir uma série de regras de comportamento, que nos privam de inúmeros prazeres. Essas sim, nos podam, acabam com nossa espontaneidade e podem acabar com a nossa criatividade.

Edmunda: E você queria o que? Anarquia?

Raimunda: Eu entendo que essas regras são necessárias para manter o mínimo de ordem, o que me incomoda é a rigidez...

Edmunda: Mas a rigidez depende das pessoas envolvidas...

Raimunda: Claro! E é aí que entra a cooperação de novo, para se ter sucesso na vida é preciso ter boas relações. Para isso é necessário deixar boas impressões, saber manipular bem os personagens...

Edmunda: É... parece que a vida é uma grande encenação improvisada, onde vão se assumindo personagens de acordo com os cenários que surgem. Com o sucesso ou insucesso deles, vai se levando a vida...

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Cooperação

Após a euforia da festa, Raimunda se voltou para dentro novamente. Novas questões a incomodavam...

Raimunda: Estava aqui pensando sobre cooperação, o que motiva as pessoas a se ajudarem???

Edmunda: Sobrevivência, ora essa!

Raimunda: É pouco... tem que ter algo a mais...

Edmunda: O que teria a mais?

Raimunda: Não sei... talvez empatia... ao perceber o outro em uma situação de risco e se sentir no seu lugar, o homem age cooperativamente, é o que chamamos de Solidariedade.

Edmunda: E isso não seria uma forma de sobrevivência? Não é a sobrevivência individual, mas a coletiva.

Raimunda: Certo... mas eu acho que o homem ainda precisa de uma motivação a mais, algo além da sobrevivência para ser cooperativo.

Edmunda: Então vamos lá... O homem é um ser coletivo, já falamos disso antes... a coletividade exige cooperação e ambas são fundamentais para sobrevivência. Por que você tem que complicar as coisas?

Raimunda: Tudo bem, eu até concordo com você. Mas o homem não é cooperativo só em ações solidárias, só para o bem... as guerras também exigem cooperação.

Edmunda: É... nesse caso a sensação de poder e de superioridade é um motivador importante...

Raimunda: E a alegria?

Edmunda: Hãn!? O que uma coisa tem a ver com a outra?

Raimunda: O homem está em uma busca constante pela felicidade. Tudo o que o homem faz em ultima análise é para ser feliz. Pessoas solidárias relatam prazer em fazer o bem, a sensação de poder também é uma forma de prazer, também gera alegria.

Edmunda: Ok... A cooperação ocorre para sobrevivência e felicidade das partes.

Raimunda: Mas...

Edmunda: Tinha que ter um mas...

Raimunda: O prazer, a geração de alegria é ao mesmo tempo benéfica e prejudicial.

Edmunda: Por que?

Raimunda: Observe a história de Ícaro e Dédalo... os dois construíram asas para fugir do labirinto, mas Ícaro acabou morrendo antes de completar a fuga porque se deixou levar pelos prazeres que descobriu ao voar.

Edmunda: Que exemplo!

Raimunda: É sério! Através da cooperação o homem pode realizar grandes feitos, mas é preciso respeitar a finalidade de cada cooperação.

Edmunda: E entramos no drama das  relações humanas...

Raimunda: Estamos desde o início. Não existe cooperação sem interação.

Edmunda: Verdade...

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Raimunda, Edmunda e o Lobo

Encarar a realidade é doloroso. Perceber todas as faces da intolerância e até que ponto da irracionalidade ela pode levar o homem é assustador.
É... Raimunda e Edmunda ainda tem muito o que conversar...

Raimunda: Continuo inquieta...

Edmunda: O que foi?

Raimunda: Não sei... acho estranho que quanto mais produzimos ferramentas que poderiam ser usadas para exercermos nossa individualidade, mais reforçamos nossa necessidade de agir em bando, de pertencer a um grupo, de ser aceitos.

Edmunda: Não é porque o diferente te atrai, que todos tem que ser atraídos por ele também.

Raimunda: Não é isso. Na verdade tenho observado uma mudança: se antes as pessoas usavam o anonimato da internet pra dizer o que pensavam ou se permitiam alguma liberdade que não seria aceita em seu meio social, hoje elas usam a internet para se expor. Mas essa exposição segue modelos, reforça a hipocrisia, estimula extremismos...

Edmunda: É o que eu disse sobre a necessidade de popularidade.

Raimunda: Na verdade é pior do que isso. A crítica é aceita, mas seus fundamentos não importam. O bom senso e a responsabilidade pelo que se difunde estão se perdendo.

Edmunda: Verdade... mas será que as pessoas tem ideia do alcance de suas palavras?

Raimunda: Acredito que nem sempre ou quase nunca.

Edmunda: Pois é... às vezes desabafos em momentos de fúria são difundidos com uma velocidade incrível.  O que é feito a partir desse desabafo é responsabilidade de quem desabafou até para evitar uma atitude extrema ou de quem coleciona dramas para justificar atitudes extremas?

Raimunda: humm... boa!

Edmunda: O comportamento de massa que te incomoda ocorre tanto em atitudes "inocentes" como na difusão de informações distorcidas, como em atos bárbaros de "justiça" com as próprias mãos.

Raimunda: Exato!

Edmunda: O homem é lobo do próprio homem, isso não é novidade... Sua bobinha!

Raimunda: É... Somos todos macacos, não pela aparência física, mas pelo comportamento primitivo, que pode ser pior do que o dos animais que agem por instinto.

Edmunda: Ah! Se o homem evoluísse....


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Olhos e Dentes

E mais uma vez esse universo paralelo estremece... Raimunda volta a procurar Edmunda para entender a vida, para entender o mundo.

Raimunda: Socooooooooooooorro!!!! Edmunda, Socorro!!!


Edmunda: Hummm... Raimunda? Que foi?


Raimunda: É tanta coisa Edmunda...


Edmunda: Pelo sumiço... deve ter muita coisa mesmo.


Raimunda: Sumi mesmo né...


Edmunda: Sim, mas vamos aos fatos. Que foi menina? Tô curiosa!


Raimunda: É essa velocidade, esse ritmo frenético com que as informações são transmitidas e as pessoas reagem a elas.


Edmunda: Qual o problema? Isso é resultado do progresso.


Raimunda: O problema é justamente esse, não sei se estamos em progresso ou regresso...


Edmunda: Ixi! Lá vem bomba... explique-se!


Raimunda: Ninguém se aprofunda em nada. As pessoas aceitam ou rejeitam as coisas muito rápido, muito fácil, sem conhecer os assuntos direito.


Edmunda: É... consequência tanto da velocidade quanto do volume de informações.


Raimunda: Sim. Isso explica... mas onde fica a responsabilidade das pessoas com o que fazem com as informações?


Edmunda: E o que as pessoas fazem de tão grave com as informações???


Raimunda: Tudo! Disseminam informações incoerentes, iniciam movimentos e em alguns casos promovem atos de violência.


Edmunda: Tá certo...


Raimunda: A impressão que tenho é que as pessoas estão cada vez mais manipuláveis. A tecnologia que deveria servir para liberdade se tornou uma prisão camuflada.


Edmunda: O senso crítico é impopular, se posicionar de forma contrária à maioria pode te fazer perder fãs. E estamos na era da "popularidade democrática", o importante é colecionar curtidas.


Raimunda: Quando números são o objetivo, a qualidade pouco importa. Por essa ótica muita coisa se justifica. Mas é bom lembrar que historicamente a maioria erra muito.


Edmunda: E como erra! Mas também aprende com os erros, as transformações são lentas. É preciso ter paciência.


Raimunda: Os pés impuros, os absurdos, fazem parte do caminho? Tenho que aprender a esperar que as coisas mudem?


Edmunda: Esperar e agir. Plantar a semente da dúvida sempre ajuda no processo.


Raimunda: ...


O.o

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Raimunda, a Terra e a Humanidade

Alguns dias antes, quando a vida de Raimunda ainda era normal, ao se ver diante de notícias sobre a defesa do planeta em relação à poluição e ao efeito estufa, ela parou para refletir. E foram as reflexões feitas nesse dia que ela resolveu resgatar.
Raimunda: Edmunda! Lembra que outro dia eu estava pensando sobre o estrago que homem faz no planeta!?
Edmunda: Lembro sim. Para você a destruição do planeta pelo homem é o resultado da pobreza de espírito e da falta de consciência do homem.
Raimunda: Não é bem assim vai... nas minhas reflexões eu não fui tão radical assim...
Edmunda: Ah não, desculpa!? Você começou pensando que o homem como um ser frágil não conseguiria sobreviver sozinho na natureza por isso teve que se organizar em grupos.
Raimunda: Sim, mas isso nem é original. Qualquer um percebe isso facilmente.
Edmunda: Claro que percebe. Mas você não parou por aí... Você pensou também como o homem conseguiu evoluir física, social e intelectualmente até chegar nos tempo de hoje. E chegou a pensar na possibilidade de que se o homem parasse em algum ponto da evolução talvez não haveriam tantos animais em extinção, buraco na camada de ozônio e todos os outros problemas ambientais que são anunciados todos os dias.
Raimunda: Posso ter exagerado um pouco. Mas você tem que concordar comigo que à medida que o homem foi percebendo que podia modificar a natureza a seu favor, ele foi deixando de ser ameaçado pelo meio externo e passou a ser uma ameaça. O extinto de sobrevivência aos poucos foi sendo deixado de lado para dar lugar à vaidade, ao egoísmo, ao orgulho, ao individualismo...
Edmunda: Mas não são só esses sentimentos que movem o homem.
Raimunda: Podem não ser, mas na sociedade atual eles são muito fortes. A tecnologia está distanciando as pessoas, as relações são cada vez mais superficiais. Tudo é muito rápido e por isso os laços que unem as pessoas são cada vez mais fracos.
Edmunda: Tá! E em que isso te afeta? O que você pode fazer para melhorar isso?
Raimunda: Será que uma consulta com psicólogo é assim!?
Edmunda: ???
Raimunda: Não tem como não ser afetado. Para modificar eu tenho que ser teimosa e tentar me relacionar de forma mais intensa com as pessoas, tentar entrar em contato com o que passa na cabeça e no coração delas.
Edmunda: Interessante... mas o que isso tem a ver o inicio da conversa mesmo...
Raimunda: Tudo. Se o homem não se preocupa com o próprio homem, se falta empatia entre as pessoas, como ele vai se preocupar com o resto da natureza!?
Edmunda: É... tá certo! E também se ainda existem pessoas que mal conseguem sobreviver, como elas terão condição de pensar na preservação do meio ambiente!?
Raimunda: O pior é que os que conseguem sobreviver bem, muitas vezes preferem não pensar para não perder o conforto.
Edmunda: E você nem é radical né...
Raimunda: ... Só um pouquinho...